O governador Tião Viana, acompanhado de uma comitiva de gestores estaduais e representes da indústria acreana, visitou nesta terça-feira, 6, as instalações da primeira usina solar de Cobija, cidade boliviana vizinha a Brasileia e Epitaciolândia.
Levando energia limpa e renovável a milhares de pessoas, a usina, que iniciou suas operações este ano, já se tornou um modelo de sustentabilidade ambiental e econômica.
A planta solar da empresa estatal Endo Corporación recebeu um investimento de US$ 11 milhões. Com mais de 17 mil placas solares dispostas em 11 hectares de instalação, junto a seis conversores e três transformadores, a usina consegue atender 45% da cidade de Cobija, levando energia para mais de 15 mil pessoas, com cinco megawatts de produção, evitando o lançamento de cinco mil toneladas de CO₂ na atmosfera por ano.
Tião Viana lembrou que há pouco tempo o presidente da Bolívia, Evo Morales, conheceu o projeto de piscicultura do Acre e resolveu implantar um modelo semelhante em seu país.
Agora, é a vez de o Acre conhecer e partilhar das iniciativas na área energética boliviana, com chances de atrair investidores para fazer o mesmo.
“Somos um povo irmão e queremos aproximar esse intercâmbio, essa troca de experiências bem sucedidas. No Acre temos uma boa produção de alimentos com baixa emissão de carbono, e agora, na Bolívia, uma produção energética limpa. A Bolívia pode ser uma grande compradora de alimentos do Acre e o Acre pode importar até mesmo essa tecnologia de energia solar”, conta o governador.
A vice-governadora do Departamento de Pando, Paola Terrasa, foi quem recebeu a comitiva acreana e agradeceu a visita. “Dessa maneira, continuamos atuando como dois países irmãos, sobretudo nesta região tanto do Acre como de Pando, onde estamos trabalhando em diferentes áreas, mas unidos pela ideia de crescimento.”
Frutos positivos
Participando da comitiva do governador Tião Viana e representando a Federação das Indústrias do Acre (Fieac), o empresário José Luiz Felício ficou bastante empolgado com o resultado da usina na Bolívia e o potencial que esse modelo pode levar ao desenvolvimento das regiões mais isoladas do Acre.
“A Fieac está interessada em descobrir novas matrizes de energia, principalmente as renováveis. Temos um setor direcionado a esse tipo de pesquisa e apoiamos qualquer investidor que queira instalar modelos semelhantes de energia”, conta Felício.
Sibá Machado, secretário de Desenvolvimento da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens), completa: “Esse é um modelo extremamente adequado para o Acre. Viemos estudar pessoalmente para, quem sabe, podermos usar o mesmo sistema”.