Poeta acreano lança livro na Biblioteca da Floresta

Raimundo Nonato também é autor do livro “As Curvas do Rio da Vida”, lançado em 2006 (Foto: Paula Negreiros)

Raimundo Nonato também é autor do livro “As Curvas do Rio da Vida”, lançado em 2006 (Foto: Paula Negreiros)

A noite desta sexta-feira, 22, na Biblioteca da Floresta foi regada à poesia! O escritor e poeta acreano Raimundo Nonato lançou, no auditório da instituição, seu segundo livro de poemas, “Sonhar… Voar… Viajar…”, e emocionou a plateia ao recitar seus versos preferidos.

Lágrimas, vida, amor, saudade e loucura são apenas alguns dos temas encontrados nas páginas de sua publicação, que homenageia o artista plástico e também poeta Jorge Francisco do Nascimento, o Jorfrannas, carioca que viveu no Acre na década de 1990, falecido em 2002.

No lançamento, nonato recitou as poesias “Chico”, em homenagem ao líder seringueiro Chico Mendes, “Amazônia” e “Diante de Deus”.

“Estou entregando ao Acre o fruto de minhas lágrimas, pois esse é um livro molhado em muito choro”, confessa o escritor, que também comentou sobre a relação entre o poeta e suas poesias. “Todo mundo quer publicar o que escreve, mas, no caso dos poetas, existe um paradoxo, pois geralmente eles se sentem melhor quando não aparecem tanto. Costumo dizer que poetas funcionam no sentido anti-horário”.

O diretor da Biblioteca da Floresta, Marcos Afonso Pontes, escreveu a “orelha” da publicação e, no lançamento, leu o texto para os presentes. “Em cada poema escrito pelo Raimundo Nonato encontramos um instrumento musical diferente. Ele canta e toca com as palavras sobre seus amores, o tempo e o espaço. É um livro de poesia-música, uma combinação perfeita para sonhar, voar e viajar”, disse.

Representando a Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), o também poeta Assis Pereira vê a poesia como resultado da ação de pessoas incomuns: o poeta, que “vê as coisas de outra forma. Raimundo nonato é um desses seres que voam sem sair, sem bater asas. É por isso que ele nos convida, com seus versos, a sonhar, voar e viajar”, disse.

Um dos quase 150 projetos contemplados pelo Fundo de Cultura da FEM no ano passado, “Sonhar… Voar… Viajar…” também será lançado na próxima quinta-feira, 28, às 17 horas, na Biblioteca Pública e no dia 29, às 20 horas, no Palácio da Justiça, no Centro.

Conheça o autor

Poeta, músico, compositor, professor, filho de agricultores e nascido no Seringal Floresta, Raimundo Nonato sempre esteve envolvido com as artes. Apaixonado pelos versos desde criança, ele apenas começou a escrevê-los aos 50. Surgia, assim, seu dom.

Raimundo Nonato escreve poemas por inspiração. Não sofre crises criativas, pois não se força a escrever, e desenvolve poemas sobre temas que o tocam, sejam eles sentimentais ou sociais. Por meio da Lei de Incentivo à Cultura, publicou, em 2006, seu primeiro livro, “As curvas do rio da vida”.

Mesmo com a enxurrada de poemas que lhe vinham à  cabeça e que imediatamente colocava no papel, assumir-se como poeta e dedicar-se à burocracia que uma publicação exige foram seus obstáculos. “O Raimundo Nonato poeta vivia na sombra. Teria que aparecer e eu tinha medo de escrever besteira”, admite.

Sobre o que é ser poeta, os versos de “Labuta”, uma de suas poesias, expressam muito bem o pensamento do artista:

“O poeta

Labuta com a Pa/lavra.

O poeta lavra, com sua Pá.

O poeta luta

E lapida a palavra bruta.

O poeta lavra, aduba, amacia

E a palavra bruta

Faz-se poesia.”

(Labuta)

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