Governo promove encontro de gestores das Áreas de Proteção Ambiental

Com o objetivo de realizar a integração entre os conselhos gestores das APAs Irineu Serra, Lago do Amapá e Igarapé São Francisco, responsáveis por boa parte da cobertura vegetal nativa que protege o Igarapé São Francisco e o Rio Acre, foi realizada uma oficina no auditório da Assembléia Legislativa (Aleac), na última quarta-feira, dia 21, visando a troca de experiências e capacitação em temas como legislação ambiental e gestão participativa. A aproximação entre as secretarias estadual e municipal de Meio Ambiente, que regem as APAs no Estado por meio do Sistema de Áreas Naturais Protegidas (Seanp), pretende promover a integração entre conselhos de unidades de conservação com os órgãos gestores relacionados ao meio ambiente e produção.

A oficina de integração contou com capacitação em três temas: o Novo Código Florestal, Cadastro Ambiental Rural- CAR e Princípios de Gestão Participativa (Foto: Assessoria Sema)

A oficina de integração contou com a capacitação em três temas: o Novo Código Florestal, Cadastro Ambiental Rural (CAR) e Princípios de Gestão Participativa (Foto: Assessoria Sema)

Segundo Cristina Lacerda, coordenadora do Departamento de Áreas Protegidas e Biodiversidade da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), a oficina serviu para facilitar a aproximação e troca de experiências com os gestores das unidades, capacitando ainda para a discussão de três temas pertinentes: o Novo Código Florestal e a implementação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) no Acre, temas ministrados pelo professor João Paulo Mastrângelo (Economia Florestal da Ufac), e Gestão Participativa, capacitação dada por Bruno Khun, gestor da Arie (Área de Relevante Interesse Ecológico) Japiim Pentecoste.

“É um momento importante para a gestão das APAs: estamos realizando ações integradas de modo efetivo, trocando experiências palpáveis e evitando a perpetuação de erros comuns às Unidades de Conservação. Além de compartilhar os obstáculos e oportunidades existentes, os gestores estão tendo a oportunidade de se reciclar tecnicamente”, conclui a coordenadora.

De acordo com Ricardo Plácido, servidor da Sema e gestor da APA Lago do Amapá e APA São Francisco, entre os principais desafios a serem enfrentados para uma gestão adequada, estão os conflitos existentes, envolvendo a caça, a pesca, o desmatamento, a especulação imobiliária e a gestão inadequada dos resíduos sólidos, ou lixo produzido.

“Primeiramente, será preciso rearticular o Conselho Gestor para as eventuais ações a serem explicitadas num plano de gestão, incluindo as articulações necessárias para a captação de recursos, além de retomar o calendário de fiscalização. Com o apoio necessário, creio que no próximo ano já começamos a implementar as discussões e tomadas de decisão referentes a esses objetivos.”

Gestores das três APAS de Rio Branco reunidos para a troca de experiências e capacitação (Foto: Assessoria Sema)

Gestores das três APAs de Rio Branco reunidos para troca de experiências e capacitação (Foto: Assessoria Sema)

Para Tiago Martins da Silva, Conselheiro da APA Irineu Serra, é importante visualizar de forma pertinente o papel das APAs dentro da cidade de Rio Branco: “Temos muitos problemas em comum com as áreas mais urbanizadas, como a questão do lixo e da violência, por exemplo. É claro que há questões diferenciadas também, como caçadores e pessoas que desmatam e queimam indiscriminadamente. Muitos moradores não compreendem a importância e o diferencial de se estar numa APA, e por isso não se integram. A troca de experiências entre as três APAs apontará caminhos válidos para que lidemos mais adequadamente com a realidade e os problemas de nossa região”.

Segundo João Paulo Mastrângelo, a iniciativa do governo de integrar as ações das Apas é uma das mais interessantes para este tipo de Unidade de Conservação: “Essas unidades estão dentro de modelos de maior flexibilidade, permitindo a existência de imóveis rurais, mas mantendo o objetivo primordial de conservar o patrimônio florestal que ainda existe ali. Rearticular a gestão e realizar a troca de experiências é o fundamento para ser bem sucedido na administração dessas unidades, uma vez que estão em áreas de maior fragilidade ambiental e risco de desmatamento. É com interação e uniformidade dos procedimentos de gestão que vamos realizar o verdadeiro papel das APAs”, conclui.

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