Rio Branco recebe na próxima semana a visita do escritor e teólogo Frei Betto. O evento é realizado pelo comitê da programação do “25 Anos Chico Mendes Vive Mais”, presidido pela primeira-dama Marlúcia Cândida. Em sua passagem pela capital acreana, Frei Betto realizará uma palestra aberta na terça-feira, 29, no Teatro da Universidade Federal do Acre (Ufac), a partir das 19 horas, aberta a toda a população.
A apresentação de Frei Betto tem como tema: “A erosão do sentido da vida e os desafios da contemporaneidade”. O padre Luis Ceppi, um dos organizadores da visita, conta que ela faz parte das homenagens aos 25 anos da morte de Chico Mendes. “Nessa palestra ele mostrará como o progresso não vem só com o desenvolvimento econômico. Estamos vivendo uma crise mundial por pensar desse jeito, e ele irá descontruir esse pensamento e reforçar aquilo que realmente devemos considerar valores”, explica o padre. Após o evento haverá um momento dedicado a perguntas e mensagens.
Além de escritor, Frei Betto é assessor de movimentos sociais. Autor de 53 livros, editados no Brasil e no exterior, ganhou por duas vezes o prêmio Jabuti (1982, com “Batismo de Sangue”, e 2005, com “Típicos Tipos”), o maior prêmio de literatura do Brasil.
Frei Betto nasceu em 1944 e é religioso dominicano brasileiro, filho do jornalista Antônio Carlos Vieira Christo e da escritora e culinarista Maria Stella Libanio Christo. O escritor é adepto da chamada Teologia da Libertação e militante de movimentos pastorais e sociais, tendo ocupado a função de assessor especial do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva entre 2003 e 2004. Nesse período foi nomeado coordenador de Mobilização Social do programa Fome Zero.
Ao longo de sua vida de lutas, Frei Betto foi preso duas vezes sob o regime militar – em 1964, por 15 dias, e entre 1969-1973. Após cumprir quatro anos de prisão, teve sua sentença reduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para dois anos. Sua experiência na prisão está relatada nos livros “Cartas da Prisão”, “Dário de Fernando – nos cárceres da ditadura militar brasileira” e “Batismo de Sangue”.
O premiado “Batismo de Sangue” descreve os bastidores do regime militar, a participação dos frades dominicanos na resistência à ditadura, a morte de Carlos Marighella e as torturas sofridas por Frei Tito. Baseado no livro, o diretor mineiro Helvécio Ratton produziu o filme “Batismo de Sangue”, lançado em 2007, com Caio Blatt no elenco.