A dona de casa Keila Gomes da Silva, 28, soube do curso por meio da irmã e fez questão de participar para ter uma profissão. “Quando a minha irmã me falou que ia haver o curso no Centro de Referência, fiquei muito feliz. Apesar de não saber nada de costura, fiz questão de participar. Queria ter uma profissão e oferecer um futuro melhor aos meus filhos”, conta.
Keila já recebeu encomendas de roupas dos vizinhos e amigos. “Antes mesmo de concluir o curso, já recebi encomendas para fazer. É um dinheiro a mais que entra na minha casa, e isso me deixa muito feliz. Não quero mais parar de costurar, pretendo me especializar na área, descobri que tenho vocação. Nasci para voar, e não para ficar parada em um lugar só”, afirmou, emocionada.
Para a titular da SEPMulheres, Concita Maia, a autonomia econômica das mulheres do Acre é uma das metas dessa gestão de governo. “Nós defendemos as causas de gênero, temos o comprometimento e o desafio de desenvolver ações que estimulem o espírito empreendedor das nossas mulheres. A criação e fortalecimento de novos pequenos negócios é um dos caminhos, trabalhando a autoestima e o empoderamento delas e assegurando sua participação ativa no mercado de trabalho”, enfatizou.
Terapia em grupo
Outro eixo abordado pelo projeto “Costurando Dignidade” era o acompanhamento terapêutico das mulheres beneficiadas pelo curso de corte e costura. Para isso, a psicóloga do Ceam do Alto Acre, Nívia Lima, realizava semanalmente sessões de terapia em grupo, momento em que as participantes podiam se expressar, conhecer as problemáticas umas das outras e refletir sobre a sua própria habilidade social, bem como a das demais.
“Buscamos inserir dentro do trabalho que elas estavam aprendendo, o trabalho do autoconhecimento. Algumas mulheres têm dificuldade de falar sobre si. Embora você se relacione com você mesma no dia a dia, existem coisas que ficam tão ocultas que você procura não expressar, mas quando uma começa, dá o start para a outra começar também”, disse Nívia.
Paralelamente ao trabalho de psicoterapia, o Ceam do Alto Acre também realizou o atendimento individualizado para aquelas mulheres que não queriam expor a vida íntima para o grupo e o atendimento à família. “Dentro do grupo de terapia, deixamos aberto o espaço para quem quisesse ser atendida individualmente. A família da paciente, dependendo do caso, também é assistida”, concluiu Lima.