Um profissional do Programa Mais Médicos prestará atendimento aos adolescentes em conflito com a lei no Centro de Apoio à Semiliberdade, ao Egresso e Família (Casef), em Rio Branco. O clínico-geral Antônio Silva de Castro, brasileiro formado em Cuba, realizou, em seu primeiro dia de trabalho, uma avaliação da estrutura do local.
Antes da chegada de Antônio à unidade, um médico da Secretaria Municipal de Saúde realizava atendimentos aos socioeducandos uma vez por semana. No entanto, a demanda era muito maior e carecia de mais atenção.
Atualmente 244 adolescentes cumprem medida de internação e 95 de semiliberdade, no estado. Segundo o chefe da Divisão do Meio Fechado do Instituto Socioeducativo do Acre (ISE), Leonardo Carvalho, toda a população socioeducativa será beneficiada com esse reforço. “Nosso posto de saúde é altamente estruturado com farmácia, enfermaria, ambulatórios, sala de odontologia, dentre outros. A vinda desse profissional do Programa Mais Médicos irá fortalecer o atendimento”, comemora.
O clínico-geral viveu no Amazonas até os 10 anos de idade, quando a família decidiu morar no Acre. Concluiu o 2º grau no estado e, quando teve a oportunidade, não pensou duas vezes em ir cursar medicina em Cuba. “Era um sonho antigo. Fiz um ano de curso preparatório e só então fiquei”, afirma.
O médico se formou em 2006 e ainda assim enfrentou dificuldades para conseguir o registro do Conselho Regional de Medicina (CRM). “Só revalidei em 2008, depois que a minha mãe morreu. Fui para Santa Catarina fazer a complementação curricular e só há três anos consegui pegar o meu CRM”, relata.
Em 2010, Castro teve uma experiência como médico temporário do antigo Centro Socioeducativo Acre, onde funciona o atual Casef. Portanto, a experiência em trabalhar com adolescentes em conflito com lei não será novidade. “Lembro que alguns vinham com frequência ao consultório. Às vezes, não tinham nenhum problema, mas queriam conversar, sair um pouco das alas”.
Segundo o médico, além de cuidar da saúde primária, o seu principal foco na unidade será tratar os jovens com vício em drogas. “Ainda preciso visitar os dormitórios, conhecer a realidade do local para tomar algumas providências em relação à saúde deles. Devem ter os que possuem problemas com entorpecentes e vamos conversar sobre o assunto, porque é algo sério, que demanda atenção. A maioria comete crime de violência em função do vício ou envolvimento com a droga”, afirma.
Antônio assinou contrato para atuar por 40 horas semanais no Centro, sendo 32 horas de trabalho e 8 horas de estudo, de acordo com as regras do Mais Médicos. O próximo passo do ISE é abrir os atendimentos da unidade de saúde socioeducativa também à comunidade. Uma forma de utilizar melhor o espaço e o serviço.