Primeira médica do programa Mais Médicos chega ao Juruá

Eric Cantuária, coordenador do DSEI-ARJ e a médica cubana Sonia Gonzales Peres (Foto: Onofre Brito)

Eric Cantuária, coordenador do DSEI-ARJ e a médica cubana Sonia Gonzales Peres (Foto: Onofre Brito)

A primeira médica contratada pelo programa Mais Médicos para trabalhar no Vale do Juruá já está em Cruzeiro do Sul. Trata-se da médica Sonia Gonzales Peres, de origem cubana. Ela está à disposição do Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Juruá (DSEI-ARJ) e será deslocada para Porto Walter, onde, durante três anos, atenderá principalmente os índios Arara, que habitam a região.

Segundo o coordenador do DSEI-ARJ, Eric Daniel Cantuária, o Mais Médicos veio em boa hora. Isso porque municípios mais isolados como Porto Walter, Marechal Taumaturgo e Jordão estão sem médicos há quase dois anos e mesmo com o DSEI oferecendo salários compensadores não houve candidatos às vagas.

O DSEI-ARJ compreende oito municípios e tem 126 aldeias cadastradas. O órgão solicitou ao programa seis médicos: “A necessidade de médico nessa região é total. Temos escassez deste tipo de profissional. Com a vinda de Sonia, muitos outros se animarão a vir”, avaliou Eric.

Segundo o coordenador, a saúde indígena funciona atualmente de forma itinerante, com escalas de 18 dias em determinadas áreas, buscando o paciente onde ele estiver. “No futuro, com a construção dos postos de saúde, poderemos concentrar essas equipes, continuar o Saúde Itinerante e, assim, ampliar o número de profissionais para atender as comunidades”.

Solidariedade

Sonia Gonzales tem 25 anos de profissão, sete deles atuando na Venezuela. Para ela, o trabalho em outros países, onde há carência de mão-de-obra, é importante aos médicos cubanos. A profissional conta que são três os sentimentos – internacionalismo, solidariedade e humanidade – que os levam a trabalhar fora e que, atualmente, atuam em 59 países.

Segundo a médica, não foi sua a decisão de vir para Porto Walter e sim da comissão responsável pelo programa em Brasília, que escolheu 46 médicos cubanos para trabalhar em solo indígena. “Fui escolhida e estou muito contente de trabalhar lá. Espero dar todo meu conhecimento e experiência para essa população”, disse.

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