Floresta do Antimary serve como área de estudo para pesquisadores

Serão 20 dias de imersão científica no Antimary (Foto: Diego Gurgel/Secom)

Com vasta diversidade de fauna e flora, a Floresta Estadual do Antimary (FEA), localizada entre Bujari e Sena Madureira, é utilizada como área de pesquisa por estudantes e cientistas.

Desde o dia 9 de março, 14 acadêmicos do curso de mestrado em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais, da Universidade Federal do Acre (Ufac), acompanhados de seus orientandos, realizam a disciplina obrigatória de Ecologia de Campo, na floresta pública.

Segundo o professor da Ufac, Edson Guilherme, somente no Antimary é possível encontrar, aproximadamente, 450 espécies distintas de aves. Em todo o estado existem 720 espécies de aves.

Natália saiu do Amazonas para estudar no Acre (Foto: Diego Gurgel/Secom

“A gente tem preferência pelas unidades de conservação, e o Estado nos viabiliza as condições. Acredito que, quando os pesquisadores ocupam espaços como esse e começam a mostrar a biodiversidade, a política de preservação ganha força. No Acre, tudo é altamente diverso. O estado é um celeiro de espécies endêmicas”, frisou o professor.

Natural do Amazonas, a bióloga Natália Medeiros, 28 anos, decidiu realizar a graduação no Acre. “A vegetação do Acre é totalmente diferente, é tudo novo pra mim, é como se eu tivesse saído da Amazônia e vindo para outra Amazônia. É muito interessante, especialmente pela predominância do bambu. E estar aqui, fazendo ecologia de campo, é uma experiência muito boa”, destacou a mestranda.

Esta é a segunda vez que a disciplina é ministrada da Floresta Pública do Antimary. A imersão científica se encerra no dia 28 de março. Todo o material coletado – dados e resultados de pesquisa – é compartilhado com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), como propõe o convênio de cooperação firmado entre o governo e a universidade.

“Trabalhar em Unidade de Conservação é sempre melhor e a gente ainda gera informação para gestão. Outra coisa é que aqui há muita floresta preservada. Além disso, as pesquisas sobre manejo florestal são muito importantes para os acadêmicos, e para a própria sociedade. A infraestrutura, aqui da base, é o que nos possibilita a concretização desse trabalho de campo”, explicou o professor Elder Morato.

Floresta Pública

Pesquisas e estudos vêm sendo realizados há mais de 20 anos no Antimary (Foto: Diego Gurgel/Secom)

Gerida pela Sema, a FEA possui uma área de 45 mil hectares e foi a primeira do Brasil a realizar a exploração de manejo, via concessão florestal. Essa atividade beneficia diretamente 53 famílias, com uma renda média de R$ 10 mil por ano que, somadas a renda do extrativismo da castanha, chega até R$ 20 mil.

Pesquisas e estudos vêm sendo realizados há mais de 20 anos no Antimary, alguns servindo de base para a elaboração da legislação florestal atual e combate as doenças tropicais, como a leishmaniose.

“O manejo florestal, as pesquisas científicas e a participação da comunidade mostram caminho viável para o desenvolvimento econômico, com sustentabilidade, em uma das florestas públicas mais antigas do Brasil”, frisou o secretário de Meio Ambiente, Edegard de Deus.

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