Dedicação e compromisso definem os profissionais do Programa Saúde Itinerante

"Eu abraço essa causa como minha”, afirma  a coordenadora, Celene Prado (Foto: Angela Peres/Secom)

“Eu abraço essa causa como minha”, afirma a coordenadora, Celene Prado (Foto: Angela Peres/Secom)

O governo do Estado foi o idealizador do Programa Saúde Itinerante, que leva atendimento aos municípios do Acre e lugares de difícil acesso. Como ele seria executado era o que não se sabia, aos poucos foi ganhando formato e sendo lapidado com o tempo. A dedicação dos profissionais que se engajaram no projeto tem sido determinante para o êxito das ações.

E falar de Saúde Itinerante não seria possível sem relatar o exemplo de liderança de Celene Maria Prado, que vem escrevendo a história do programa, ao longo desses 13 anos. Tudo começou com um trabalho voluntário, a partir de um convite feito por Tião Viana, que na época atuava como médico infectologista e em seguida, assumiu o Senado. Celene era enfermeira no Hospital de Base de Rio Branco e cuidava de pacientes com hanseníase. Como reconhecimento por seu trabalho desenvolvido com esmero, foi convidada a participar de um atendimento voluntário, em Xapuri, no ano de 1997. Curiosa por conhecer a realidade alheia, aceitou o desafio, o primeiro de muitos. “A partir desse atendimento, eu nunca pensei que uma atividade como essa fosse mexer tanto comigo”, afirma Celene.

 A enfermeira Rosemary Arruda compõe a equipe do programa há dez anos (Foto: Arison Jardim/Secom)

A enfermeira Rosemary Arruda compõe a equipe do programa há dez anos (Foto: Arison Jardim/Secom)

Mais adiante, municípios como Jordão, Marechal Thaumaturgo e outros também receberam ações voluntárias. Era o começo de um novo tempo na área da saúde no estado. “Eu percebi como as pessoas que viviam tão distante e mesmo tendo menos que a gente eram tão agradecidas e essa percepção começou a me surpreender”, acrescentou.

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O programa ganhou sua primeira edição oficial como Saúde Itinerante em oito de setembro do ano 2000. Celene faz o levantamento das necessidades do seu público-alvo em todo o Estado, planeja as expedições, convoca os profissionais e acompanha todas as diligências. Entre idas e vindas, já foi acometida de malária por duas vezes, lidou com a incompreensão da família, mas não recuou. Sempre com um pensamento nobre e brilho nos olhos, ela diz “eu abraço essa causa como minha”.

Como uma líder que sabe exercer o seu comando, ela é inspiração para a equipe. Rosemary Arruda é enfermeira e trabalha no programa há dez anos e conta o que a motiva por todo esse tempo. “Eu me sinto privilegiada por fazer parte dessa equipe, que é uma equipe aguerrida que se agiganta diante das adversidades para levar uma assistência complementar aos lugares mais difíceis geograficamente e garantir um direito de todos, que é o acesso à saúde”, frisou.

Os profissionais saem para suas missões dispostos a carregar caixas, limpar o chão, fazer comida e dormir em qualquer lugar (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Os profissionais saem para suas missões dispostos a carregar caixas, limpar o chão, fazer comida e dormir em qualquer lugar (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Os profissionais da equipe do Saúde Itinerante partem de Rio Branco aos seus destinos, sabendo que todos terão uma missão em comum: deixar para trás a família, estar preparado para envolver-se com os problemas de desconhecidos, desprender-se do conforto, do supérfluo, encarar perigos como se fossem aventuras, carregar caixas, limpar o chão, comer o que tiver, dormir como puder e mesmo assim, ter a sensibilidade de colocar-se no lugar do outro para realizar o proposto com dedicação e compromisso. Retornar, só se for para ter a sensação de um dever bem cumprido.

Keila Nunes começou como voluntária porque sempre admirou o trabalho da equipe (Foto: Sérgio Vale/Secom)
Keila Nunes começou como voluntária porque sempre admirou o trabalho da equipe (Foto: Sérgio Vale/Secom)
Keila Nunes começou como voluntária porque sempre admirou o trabalho da equipe (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Quem sempre acompanhou as ações itinerantes sabe bem a importância da existência de programas como esse. “Poder ajudar as pessoas é  muito gratificante, certa vez fizemos o atendimento de uma paciente em Santa Rosa do Purus que estava com uma gestação fora do útero, na situação em que ela estava a ação foi muito oportuna porque se não tivéssemos os aparelhos para detectar o problema na ocasião, ela teria morrido; saber que salvamos alguém me marcou muito”, conta o médico Helton Alves.

Os 13 anos de Saúde Itinerante reafirmam um trabalho em equipe que tem dado certo e continuará rendendo bons frutos. Profissionais com muitas histórias para contar, desafios vencidos e vontade de continuar a percorrer o Acre, levando mais dignidade às populações isoladas, ignorando circunstâncias.

“Poder ajudar as pessoas é muito gratificante", diz o médico Helton Alves (Foto: Cedida)

“Poder ajudar as pessoas é muito gratificante”, diz o médico Helton Alves (Foto: Cedida)

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