Em Cruzeiro do Sul, assim como em todo o Vale do Juruá, a sensação de segurança tem aumentado neste ano de 2013 com a diminuição da criminalidade. Um dado que exemplifica bem essa situação está relacionado à diminuição do número de homicídios. No ano de 2012, foram 24 em toda a região de atuação do 6º BPM, que compreende os municípios de Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves, Mâncio Lima, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo, dos quais 19 em Cruzeiro do Sul. Já nos sete primeiros meses deste ano de 2013, ocorreram seis assassinatos – três em Cruzeiro do Sul, dois em Marechal Thaumaturgo e um em Mâncio Lima.
Para o comandante do 6º BPM, tenente-coronel Aires da Silva, vários fatores contribuíram para isso, entre eles a seção de análise criminal, o setor de inteligência, o policiamento ostensivo, a sincronia entre os diversos órgãos envolvidos com a segurança e o apoio do governo no aparelhamento do batalhão.
“Hoje somos uma instituição premiada. O governo tem tido um olhar muito positivo para nossa região. Temos recebido barcos, motores e viaturas policiais, e tudo isso faz parte de uma logística necessária para que a gente possa fazer o policiamento. Hoje a gente chega aonde não podia chegar com os quadriciclos e barcos ”, disse Silva.
Ele ainda aponta a abertura e manutenção de ramais, o Programa Ruas do Povo e a iluminação pública como fatores que contribuem com a mobilidade da polícia, possibilitando chegar aos bairros periféricos e aos locais mais distantes, podendo alcançar famílias, conversar com elas, algo com que as famílias mais isoladas sequer sonhavam que pudesse acontecer. “Vamos até aonde o Corpo de Bombeiros e o Samu não vão”, comentou.
Análise criminal e inteligência
A atuação conjunta do setor de inteligência e de análise criminal filtra e analisa todos os tipos de ocorrências em relação aos locais, horários, características dos autores, identificando, assim, onde e quando a criminalidade é mais intensa, possibilitando que o dispositivo policial concentre esforços em determinados locais e tenha presença mais efetiva onde as contravenções têm maior possibilidade de acontecer.
Vários tipos de operações e blitze são realizados pela PM, visando coibir a criminalidade. A Operação Comércio Seguro é feita na região onde se concentram estabelecimentos bancários e o comércio. Uma das estratégias utilizadas é o cadastramento de telefones de proprietários ou de gerentes dos estabelecimentos no CIOSP, de modo que se estes comunicarem qualquer tipo de ocorrência, a polícia possa agir imediatamente sem necessidade de comprovar a veracidade da informação.
Em todos os fins de semana acontecem as operações Álcool Zero, e, segundo conta o tenente-coronel Aires, assaltantes têm sido pegos nessas operações com armas, drogas e materiais roubados. O 6º Batalhão tem um serviço denominado “visita solidária” às vítimas de crimes violentos contra a vida.
As rondas policiais são permanentes: “Graças a esse trabalho mais efetivo e à consciência de nossos policiais, temos esses resultados positivos. Hoje a gente não pode passar por um indivíduo que pode representar risco à sociedade sem abordá-lo. Também damos toda atenção às informações recebidas dos moradores dos bairros e da zona rural para tornar a presença da polícia mais efetiva”.
Além do serviço operacional motorizado, a PM também coloca duplas de policiais a pé, descaracterizados, nos locais onde se concentram atividades comercias e bancárias.
Sincronia com outros órgãos
Outro ponto importante apontado pelo comandante da PM para a queda da criminalidade é a sincronia entre os órgãos envolvidos com a segurança, como a Polícia Civil, o Judiciário, o Ministério Público Estadual e a Ciretran. Conta Aires que o trabalho começa com o serviço operacional da PM, passa pela Delegacia de Polícia e pelo Ministério Público, e finalmente chega ao Judiciário, que tem trabalhado de modo efetivo, aplicando as penalidades cabíveis a cada crime, cada contravenção penal, dando assim a garantia de que não haverá impunidade.
“Temos a satisfação de ver que tudo está funcionando de forma sincronizada com a dedicação dos representantes de cada instituição. A gente sabe que se o cidadão for preso, mas não receber uma punição, ele vai se sentir livre para cometer outros crimes. Hoje trabalhamos de forma bem sincronizada, temos boa comunicação com o delegado, com nossos promotores e juízes, e assim a gente pode realmente executar o trabalho do começo até o fim.”