Lançado há pouco tempo pelo governador Tião Viana, o programa Ramais do Povo começa a dar frutos que beneficiam milhares de produtores rurais em todo o Acre. O Departamento de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre) entregou nesta primeira quinzena de agosto um desses frutos, o Ramal dos Catarinas, em Senador Guiomard. São 6.557 metros de ramal reformados, beneficiando cerca de 30 famílias produtoras.
O Ramal dos Catarinas surpreende. Antes intrafegável, agora ele está exemplar, com terraplanagem, obras de bueiros, pontes e canais de escoamento, além de totalmente piçarrado. “Está lindo. Estamos fiscalizando arduamente as empresas que estão realizando as obras e o que vemos de errado o Deracre manda refazer”, conta Rocilma Sales, técnica em estradas e topografia do Deracre.
A região beneficiada é uma área de assentamento do Incra. Foi um investimento de mais de R$ 650 mil para a construção dos seis quilômetros, com recursos vindos do Ministério do Desenvolvimento Agrário e execução do governo do Estado, através do Deracre. “Estamos organizando os ramais que mais precisam de escoamento para produção rural e trafegabilidade aos produtores do Acre”, destaca o subgerente do programa de ramais, Sebastião Oliveira.
Só este ano serão 157,3 quilômetros de ramais pavimentados com piçarra ou revestimento primário, além de reparos, galerias de escoamento da água e pontes. Nesta etapa serão beneficiados ramais em Acrelândia, Bujari, Cruzeiro do Sul, Rio Branco, Porto Acre e Senador Guiomard.
Novos ânimos
Moradora do Ramal dos Catarinas há 32 anos, mãe de sete filhos e com 63 anos, Rosalina Bazejo afirma com veemência: “Nunca vi esse ramal assim”. Para a senhora aposentada que divide a casa com cinco pessoas, entre alguns filhos e netos, ver o ramal dessa maneira hoje é surpreendente. “Tinha vez que a gente precisava parar o caminhão na entrada do ramal e vir andando com as compras nas costas até em casa. E hoje o ramal todo arrumado na porta da minha casa.”
Já para Aldemir dos Santos, que se mudou ainda garoto para o assentamento com os pais, a situação estava ainda mais complicada: “Se não arrumassem esse ramal logo, eu iria me mudar daqui”. Criador de gado, ele conta que durante todos esses anos tem se esforçado para se manter no assentamento e comemora a mudança. Com a mulher e a filha de apenas quatro anos, ganhou um novo ânimo. “Agora isso aqui tá 100%. Mas os produtores têm que cuidar também. Antes alguns se mobilizavam até pra arrumar trechos, enquanto outros nunca fizeram nada. Temos que fazer nossa parte, né?”, ressalta Aldemir.
