Ruas do Povo muda a vida dos moradores de Vila Campinas

Osvaldo da Cunha pediu demissão da empresa responsável pelo Ruas do Povo em Vila Campinas para abrir uma olaria (Foto: Andrey Santana)

Osvaldo da Cunha pediu demissão da empresa responsável pelo Ruas do Povo em Vila Campinas para abrir uma olaria (Foto: Andrey Santana)

Osvaldo Teles da Cunha, 54, mora há 23 anos na Vila Campinas, localizada há cerca de 60 quilômetros de Rio Branco. Casado, pai de quatro filhos, ele estava desempregado quando recebeu uma proposta para trabalhar na execução das obras do Ruas do Povo na vila.

Na visão de suprir a demanda das obras, Osvaldo teve uma ideia: criar uma fábrica de tijolos. Hoje ele possui o próprio negócio. “A minha vida melhorou muito. Eu passei um ano na empresa que fez as ruas e daí abri essa olaria para trabalhar e gerar emprego para o povo. Este mês agora eu entreguei 27 milheiros para duas empresas que trabalham no Ruas do Povo,” ressalta o empresário.

A olaria de Osvaldo Cunha produz uma média de dez milheiros por semana, gerando seis empregos diretos e alguns diaristas.

Além de fornecer tijolos para a execução das obras do Ruas do Povo em Vila Campinas, o empresário também vende para a população do Distrito e o que sobra encaminha para Rio Branco. “Hoje eu já tenho meu próprio negócio, emprego pessoas e fico muito feliz com isso”, conclui.

A meta do governo do Estado na Vila Campinas é instalar rede de água, esgoto e pavimentar 45 ruas, totalizando um investimento que ultrapassa os R$ 15 milhões. Onze dessas vias já foram entregues. Uma delas é a Rua Itaquatiara, onde mora a serviodora pública Maria da Conceição Veiga. “Gostei muito, também era um sonho para todos nós. Agora melhorou a qualidade de vida”, afirma.

Um sonho de emancipação

No último sábado, 10, a Vila Campinas completou 25 anos de existência. Pertencente a Plácido de Castro, o distrito possui oito mil habitantes. Assim como a maioria dos moradores, Maria da Conceição Veiga também defende a emancipação política do município. “É o sonho de todo mundo que isso aqui se torne município. Porque trará mais benefícios para a comunidade e deixará de depender de Plácido de Castro”, ressalta.

Maria da Conceição Veiga, moradora da rua Itaquatiara, defende a emancipação política do distrito de Vila Campinas (Foto: Andrey Santana)

Maria da Conceição Veiga, moradora da Rua Itaquatiara, defende a emancipação política do distrito de Vila Campinas (Foto: Andrey Santana)

Neste ano a Câmara de Vereadores de Plácido de Castro aprovou a proposta de emancipação, e no próximo dia 22 a Assembleia Legislativa do Acre realiza uma audiência pública para discutir o assunto. Hoje, Vila Campinas possui dois representantes na Câmara. Para a vereadora Mary Santana (PRTB), a emancipação política é a solução para a vila.

Rua Jurunauas foi uma das contempladas pela 1ª etapa do programa em Vila Campinas (Foto: Andrey Santana)

Rua Jurunauas foi uma das contempladas pela primeira etapa do programa em Vila Campinas (Foto: Andrey Santana)

“Nós aqui temos muitas dificuldades. Antes nós tínhamos um cartório e uma filial dos Correios, e hoje não temos mais. Eu moro aqui há 15 anos e a gente vê a forma que as pessoas sofrem. Enquanto uns têm transporte para ir a Plácido de Castro ou Rio Branco resolver alguma coisa, outros não têm. Então é muito difícil para a gente como distrito”, afirma a vereadora.

O professor Wellington Luís, membro da confederação nacional que luta pela emancipação de vilas e distritos no Brasil, explica que esse processo vem desde a época do ex-presidente Fernando Henrique, que vetou a possibilidade de criação de novos municípios no Brasil.

“Essa proposta hoje torna Campinas praticamente uma das localidades a ser emancipadas no país. É claro que nós dependemos ainda de uma discussão com relação à legalização das nossas terras, que já está em processo pelo Iteracre, e nós tivemos também contato com a Aleac para fazer um estudo de viabilidade para que possamos conquistar nosso sonho, que é tornar Campinas um novo município no Estado”, finaliza Wellington.

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