O Departamento de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre) completa nesta sexta-feira 50 anos. Ele foi criado pela lei n° 4 de 1963. Sim, a quarta lei sancionada no Estado é a responsável por criar o órgão que teria a responsabilidade de cuidar das estradas e da infraestrutura aeroportuária.
“A história do Deracre se confunde com a história do Acre Estado, pois ele é fruto da quarta lei criada no Estado. Eu tenho muito orgulho em ter feito parte desta família por seis anos e me considero um filho do Deracre. Parabenizo todos os funcionários que fazem parte dessa grande família. O Deracre foi pioneiro em enfrentar os desafios da BR-364, das nossas estradas estaduais”, disse o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, e ex-diretor do Deracre.
Não é possível falar da história do Deracre ou da BR-364 sem falar no engenheiro Fernando Moutinho, profissional que acompanha a obra desde a criação do departamento. Achá-lo no escritório de Rio Branco é uma tarefa difícil, pois sua paixão pela estrada o faz “morar” nos trechos. Para ele, a BR-364 é o grande símbolo do trabalho do Deracre. “A BR [364] não é apenas uma obra, ela é uma grande universidade, pois ensinou muito a todos que trabalharam nela. Do ponto de vista da engenharia era impossível construir uma estrada ali, com aquele solo de tabatinga, sem oferta de materiais na região e com uma grande quantidade de cursos d’água cruzando a estrada”, disse.
Graças ao trabalho do Deracre e ao compromisso do governo do Estado, as estradas ganharam atenção especial. Em 1999 o Acre tinha apenas 778,70 quilômetros de estradas pavimentadas. Hoje já são mais de dois mil quilômetros com pavimentação.
Um passo importante na ligação rodoviária do estado foi a abertura da rodovia entre Porto Velho e Rio Branco. A interligação começou a ser realizada no governo do presidente Juscelino Kubitschek (1955-1960), mas a pavimentação só foi concluída em 1991.
Um breve histórico
A Lei nº 4, que estruturou o Sistema Administrativo do Estado – incluindo aí o Departamento de Estradas de Rodagem do Acre (Deracre), foi sancionada no dia 26 de julho de 1963. No ano seguinte, o militar capitão Cerqueira Filho implantava de fato o Deracre.
O primeiro diretor do órgão foi o engenheiro Manoel Costa Nogueira, seguido de Minervino Basto, Auton Peres de Faria, Horácio Carleti, Ivan Mansur, Antônio Marcos Furtado, Luis Henrique Bogel, José Rafael da Silva, Fernando Moutinho, João Tota, Tacio de Brito, Sérgio Nakamura, Marcus Alexandre e Ocírodo Oliveira Júnior.
Houve uma época em que o Deracre foi descartado como órgão gestor das estradas para abrir espaço para que as empreiteiras sulistas assumissem o papel da instituição. Com essa intervenção, aconteceu um verdadeiro desmonte do Deracre, onde os comboios de máquinas trilharam o varadouro do descaminho, a maioria dos servidores foi colocada em indisponibilidade, ficaram em casa sem trabalhar recebendo apenas um terço do salário no final do mês. Dentro da política de valorização do servidor público no governo de Jorge Viana, o Deracre emergiu, oxigenou suas estrutura e voltou a construir os caminhos da integração do território acreano. A administração de Sérgio Nakamura, Cezário Braga e Joselito da Nóbrega imprimiram a moralização administrativa da instituição, capacitando os servidores e dando-lhes condições para trabalhar. Os prédios da sede foram reformados e ampliados.
Na gestão de Binho Marques o Deracre teve um importante papel no avanço das obras da BR-364, principalmente com a construção das grandes pontes que são os “joelhos” da estrada. Os avanços continuam com o governador Tião Viana e em sua gestão, pela primeira vez na historia do Acre, o Deracre ligou a estrada de forma definitiva, de inverno a verão.
É o atual governador que deve concluir uma das obras de infraestrutura mais importantes do estado, entregando ao povo do Acre a pavimentação completa da BR-364. “Esta é a última grande fronteira rodoviária do Brasil e esta estrada tem um cunho social, ela não liga apenas cidades, ela liga pessoas e significa qualidade de vida, direitos garantidos, custo de vida mais justo”, disse Tião Viana.