A profissionalização está sendo intensamente focada nas medidas socioeducativas. Nesta segunda-feira, 8, mais cinco adolescentes do Centro de Apoio à Semiliberdade, ao Egresso e Família (Casef) receberam o certificado de conclusão do Curso de Informática Básica pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
Com a socioeducação inserida no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) neste ano, os investimentos na área da profissionalização de adolescentes privados de liberdade dobraram.
O presidente do Instituto Socioeducativo do Acre, Henrique Corinto, afirma que esse é um resultado do trabalho em conjunto com diversos parceiros. “Hoje se encerra o curso de informática para uma das turmas. Os outros jovens já sonham com um futuro mais próspero desde que a capacitação profissional passou a ser valorizada. E vamos continuar nesta luta, que é dar oportunidades a fim de inseri-los na sociedade”, disse.
Para a coordenadora pedagógica do Casef, Vânegela Silva, o que realmente faz a diferença dentro de um Centro Socioeducativo é a força de vontade do adolescente de querer mudar. “Quando esse jovem sair daqui, ele já vai ter um novo currículo. Muitos deles querem trabalhar e uma oportunidade de estudo. Na escola, muitos já melhoraram bastante. Existe, sim, uma minoria que ainda não abraçou a socioeducação, mas fico feliz em ver um grupo maior interessado, que chega no horário, dá respostas ao nosso trabalho e leva a sério.”
O socioeducando Mateus (nome fictício), 19, entrou nas medidas quando ainda era menor de idade. Hoje ele cumpre semiliberdade. Fora do Casef, trabalha em uma lanchonete, mas durante o dia aproveita cada aula e capacitação como uma forma de melhorar as condições de vida. “Fui o melhor aluno do curso de informática. Estou feliz, porque antes só usava o computador para conversas de bate-papo. Agora conheço programas básicos, o que já pode me ajudar a conseguir um bom emprego”, afirma.
De acordo com o professor do curso, Gabriel Boechat, ensinar adolescentes em conflito com a lei é um desafio, pois o sistema é muito rotativo. “Os alunos que começam o curso hoje nem sempre são os que terminam amanhã, devido à grande rotatividade do sistema. Alguns regridem nas medidas, outros terminam de cumprir a sua sentença. Para que as aulas dessem resultado, procurei trabalhar com metodologias dinâmicas, que os atraíssem para o conteúdo. Deu certo e hoje estamos aqui concluindo mais um curso”, comemora.