Em entrevista ao jornal Correio Braziliense do último domingo, 23, o cartunista e criador da Turma da Mônica, Maurício de Sousa, aproveitou para tocar no assunto da indústria gráfica brasileira e citou a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Acre como “uma boa oportunidade de investimentos na área”.
“A China não é o futuro do mundo da impressão. A China apenas tem preço melhor. Se, daqui algum tempo, tivermos a possibilidade de conseguir os mesmos custos e mesmos preços no Acre, numa zona de livre exportação que já existe, vamos fazer no Acre. Hoje, no mundo inteiro, busca-se o melhor preço, o melhor custo… E eu estou brigando muito e iniciando um processo para convencer as autoridades do Brasil de que podemos fazer a mesma coisa aqui se abrirmos áreas de livre exportação e livre comércio para podermos exportar material sem o custo Brasil, sem grandes impostos e taxas, que é o que a China tem”, afirmou Maurício ao Correio Braziliense.
O motivo da declaração do cartunista girou em torno do lançamento de sua nova obra: “Turma da Mônica – Laços”, totalmente impressa em Eldorado, na China, que possui uma poderosa ZPE e está atraindo milhares de investidores editoriais com seus baixos impostos e mão de obra barata. Maurício então desafiou o governo a ter os mesmos atrativos na ZPE acreana e assim atrair investidores gráficos.
O secretário de Desenvolvimento Florestal da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis, Edvaldo Magalhães, conta que “O Brasil encontra uma série de dificuldades para sua indústria gráfica hoje. Quase todos os insumos são exportados e na maioria dos casos está mais barato imprimir fora do país e depois trazer pra cá”.
Entre as vantagens apresentadas pela ZPE estão algumas que beneficiariam integralmente a indústria gráfica do país, como a retirada de impostos para a importação de insumos e equipamentos tanto de outros países como dentro do próprio Brasil. Isso seria uma clara vantagem para a compra de equipamentos gráficos e tinta, que possuem uma forte concorrência no exterior. A distribuição dos produtos também seria isentos dos impostos.