Mamografia e autoexame ainda são as melhores formas de prevenir câncer de mama

Exame de mamografia, disponibilizado pela rede pública de saúde (Foto: Arquivo Secom)

Exame de mamografia, disponibilizado pela rede pública de saúde (Foto: Arquivo Secom)

O câncer de mama é o segundo tipo da doença mais frequente no mundo e também o mais comum entre as mulheres. Segundo dados do Instituto Nacional de câncer (Inca), somente no ano de 2012, foram registrados mais de 52 mil novos casos da doença no Brasil. Até dezembro do mesmo ano, no Acre, das 2.171 mulheres em tratamento no Hospital do Câncer (Unacon), pouco mais de 400 foram diagnosticadas com câncer de mama.

Ainda de acordo com o Inca, a cada ano há um aumento de 22% no número de casos da doença. Engana-se quem pensa que apenas mulheres com mais de 40 anos são acometidas pela doença. Embora raro, mulheres até 35 anos e homens também podem ser surpreendidos com um diagnóstico de câncer mamário.

Por esse motivo, é muito importante a realização do exame de mamografia, disponibilizado pela rede pública de saúde. Até recentemente, o Ministério da Saúde recomendava que a mamografia anual fosse realizada a partir de 50 anos. Esse limite de idade mudou com a efetivação da Lei Federal nº 11.664/2008, em vigor a partir de 29 de abril de 2009, que garantiu o benefício a partir dos 40 anos.

Segundo a diretora do Centro de Controle Oncológico do Acre (Cecon), Zélia Assis, mulheres com histórico familiar da doença e abaixo da faixa de risco (a partir dos 40 anos) também podem se submeter ao exame. “Elas são encaminhadas ao Cecon pelos médicos da rede pública. O tempo de espera para realização do exame é de no máximo uma semana. O laudo com o diagnóstico fica pronto em até 10 dias”, explica.

Zélia ressalta que o autoexame das mamas durante o banho também é uma importante ferramenta na detecção de nódulos no seio, mas aliado à mamografia torna-se bem mais eficiente na detecção de tumores.

“O grande problema que enfrentamos é que poucas mulheres na faixa etária de risco tem procurado fazer o exame periodicamente, buscando acompanhamento médico apenas quando o câncer já está em estágio avançado, diminuindo as chances de uma recuperação mais rápida”, esclarece.

Mastectomia preventiva não exclui possibilidade de desenvolvimento da doença

A atriz Angelina Jolie, 37 anos, surpreendeu o mundo na semana passada, ao declarar que retirou os dois seios em um procedimento chamado mastectomia preventiva dupla. Através de um mapeamento genético, Jolie descobriu que tinha 87% de chance de desenvolver um câncer de mama e 50% de ter um câncer de ovário. Com o procedimento, as chances de desenvolver o câncer caíram para 5%.

A decisão da atriz dividiu opiniões, principalmente porque o exame que ela fez para detectar a possibilidade de desenvolver a doença é muito caro, chegando a custar mais de três mil dólares nos Estados Unidos. Além do mais, o procedimento não exclui definitivamente a possibilidade de se desenvolver a doença.

“O fato de o mapeamento revelar a mutação não significa necessariamente que a pessoa vá apresentar a doença. Além do mais, é muito caro. O ideal é que a mulher esteja constantemente fazendo o autoexame e a mamografia, que ainda são as melhores formas de detectar a doença”, informa Zélia. Ela enfatiza ainda que há também outros tratamentos preventivos para pacientes com alto risco (que tenham histórico familiar de câncer), como a quimioprevenção que é a administração de medicamentos que controlam a proliferação celular.

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