O amor tem muitas faces e se revela em todos de maneira particular. E quando se fala dele, não há como não pensar nelas, as mães. Cada uma a seu modo, elas nunca deixam a desejar quando o assunto é demonstrar amor. Por ora mais contido, por vezes escancarado, mas sempre excelso e imutável. Só mesmo quem ama com tamanha maestria é capaz de doar-se por inteiro sem esperar nada em troca, de perdoar sempre que necessário mesmo que às vezes o reconhecimento nunca venha. Se o filho sorri, ela se realiza. Se chora, sofre junto. Se cai, ajuda a levantar. Se acerta, o recompensa. Se erra, não condena. Se fica perto, ama. Se distante, ama do mesmo jeito. Neste amor nada existe de efêmero, diariamente se afirma para a eternidade. Elas não escolhem dia nem hora para renunciar a si mesmas, do mundo são instituição divina, e, do lar, as rainhas.
Sejam elas de primeira viagem ou mães de muitos filhos, todas têm em comum o mesmo sentimento: o amor incondicional ao fruto de seu ventre. É assim para Rafaela Martins, que acaba de ter o primeiro filho aos 17 anos, na maternidade Bárbara Heliodora. José Eduardo foi o nome escolhido ao bebê, que nasceu aos oito meses e será a alegria da família. A avó, não os deixa sozinhos nenhum instante. “Pra mim ele já significa tudo porque a vida toda eu desejei viver esse momento, é muito bom saber que ele vai trazer mais alegria pra família, o segundo netinho da minha mãe”, disse Rafaela emocionada.
Dona Maria Antônia Silva vive a mesma experiência pela sexta vez, mas garante que cada vez é especial e traz uma expectativa diferente. “A emoção sempre é a mesma, o sentimento também, mas a expectativa de ver o rostinho e pegar mais um filho no colo dão uma sensação diferente; meus filhos são a minha maior satisfação”, afirma.
Existem ainda aquelas duplamente agraciadas pela vida, as mães de gêmeos. Vangleia Pires é mãe de três filhos e agora espera um casal. Aos nove meses de gestação ela sabe muito bem acerca desse amor que é gerado em dobro e da responsabilidade de trazer ao mundo e cuidar de mais dois. “Eu já tenho três filhos e, apesar disso, pra mim só o fato de saber que são dois já torna tudo novo, é uma sensação diferente e estou muito ansiosa; a gente que é mãe sabe o que isso significa porque mãe ama sem esperar receber nada, ela simplesmente ama por ser mãe”, frisou.
O sentimento materno ultrapassa qualquer dificuldade e subestima todos os limites. Não se altera com a distância e sobrevive aos ventos contrários. É pensando nisso, que as mães dos pequenos Gabriel* e Mateus* encontram esperança de não se separarem mais de seus filhos, enquanto aproveitam os seis meses que têm para ficarem junto deles, na Unidade de Regime Fechado Feminino de uma penitenciária da capital.
{xtypo_quote_left}Minha esperança é que eu consiga ver meus filhos nesse domingo
Lílian Martins*, mãe{/xtypo_quote_left}
“Além desse, eu tenho mais outros cinco filhos e a última vez que eu estive com eles foi em dezembro do ano passado, porque eles puderam vir me visitar; essa é a segunda vez que vou passar o Dia das Mães aqui e a minha esperança é que eu consiga vê-los neste domingo”, diz dona Lílian Martins* mãe de Gabriel, de quatro meses.
Mateus, o terceiro filho de dona Dulcinéia Cavalcante*, chegou à unidade quando ainda tinha 10 dias de vida. Hoje, está com dois meses e ela já se prepara emocionalmente para a possibilidade de entregá-lo ao terminar o período de amamentação, já que não foi sentenciada ainda. “Eu não recebi a minha sentença ainda, então, eu já fico pensando em terminar os seis meses e ter que me separar dele, só em pensar já é uma dor que parece que estão tirando um pedaço do coração; é muito difícil ter que ficar longe dos filhos da gente e eu não vejo a hora de poder sair daqui”, salienta.
*nomes fictícios
