Produtores do Polo da Borracha, na zona rural de Xapuri vivem nova realidade depois que apostaram na produção de mandioca para fabricação de farinha.
A história se inicia com a visão empreendedora de um pequeno produtor da região. Raimundo Nonato percebeu que a maior parte da farinha consumida em Xapuri vinha de outros municípios.
Com a ajuda do governo do Estado, fez um financiamento para construir a primeira casa de farinha. Depois, formou um grupo de produtores para investir no plantio de mandioca.
A aposta deu resultado: atualmente, quase toda a farinha consumida em Xapuri sai do Polo da Borracha. A produção já chega a cinco mil quilos por mês.
Outra fonte de renda vem da venda de três mil quilos de goma e dois mil litros de tucupi mensais.
Com a diversificação da produção, o faturamento da casa de farinha é superior a R$ 30 mil por mês.
São 20 produtores, que fornecem a mandioca para a fabricação da farinha, da goma e do tucupi.
Um deles é Paulino Cândido, que plantou quatro hectares – cerca de 40 mil pés de mandioca. Como cada pé é adquirido pela casa de farinha ao preço de R$ 1,50, a renda prevista será de R$ 60 mil. “Não existe outra cultura aqui que possa render tanto dinheiro quanto a mandioca. A terra é muito produtiva”, explica Cândido.
Equipamentos que modernizam casa de farinha entram em teste
Com a experiência de sucesso, o governo do Estado quer transformar a região em um polo modelo de produção de farinha na região do Alto Acre.
O apoio, já existente com a cessão de tratores para mecanização e equipamentos como plantadeira, vai ser ampliado.
Por meio de uma parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), estão sendo investidos cerca de R$ 100 mil na modernização da casa de farinha.
Um forno automático, um equipamento que lava e descasca a mandioca, uma prensa hidráulica e um catitu elétrico estão em teste e vão fazer com que a capacidade de produção chegue a 24 mil quilos de farinha por mês.
“Aqui é um exemplo que queremos multiplicar para todo o estado, onde se completam produção, industrialização e comercialização”, destaca Fernando Melo, secretário adjunto de Estado de Agricultura.
Lourival Marques, gestor da Seaprof, lembra que a produção envolve dezenas de produtores familiares.
“Esta parceria traz resultados. A Seap trouxe novos equipamentos que estão em testes, e nós estamos trazendo apoio para mecanização das áreas, para que eles possam ampliar sua área produtiva”, reforça.
Raimundo Nonato celebra a parceria e sonha com mais produção e mais produtores envolvidos. “A parceria do governo é muito importante. Desde que comecei, tenho contado com essa ajuda. Temos mercado para produzir ainda mais e comprar a produção de mais agricultores aqui do polo e de outras regiões de Xapuri.”