O secretário de Estado de Pequenos Negócios, José Reis entregou nesta segunda-feira, 25, em nome do governador Tião Viana, R$ 120 mil em equipamentos para a estruturação da Central de referência e apoio ao beneficiamento, confecção e venda de artesanato de produtos retirados da floresta.
Trata-se de um espaço de 412,40m2 de área construída na Rua Padre Paolino Baldassari, ao lado do Mercado Municipal do Bairro Rui Lino, tendo como objetivo fortalecer o segmento artesanal local, com a criação de um espaço de produção e comercialização de artesanatos cuja matéria-prima é oriunda das florestas. Os recursos são originários da Fundação Banco do Brasil e foram liberados através de uma parceria envolvendo, além da Secretaria de Pequenos Negócios, a prefeitura de Rio Branco e o Banco do Brasil. Os equipamentos incluem tornos, lixadeiras, máquinas para polimento e até computadores.
O espaço foi construído pela prefeitura de Rio Branco, ainda na gestão do prefeito Raimundo Angelim. “Faltavam só os equipamentos. Agora temos um ambiente adequado e apropriado às nossas atividades”, disse o presidente do Foro Acreano de Economia Solidária, Carlos Taborga. O espaço oferece ambiente apropriado para o beneficiamento das sementes, fibras, cascas, madeira, levando em consideração toda a sua cadeia produtiva do artesanato, desde a lavagem até a confecção final das peças. O ambiente tem área para área de administração, apoio administrativo, contendo copa e banheiros e uma área de trabalho para lavagem, lixamento e polimento, além de local para os equipamentos e maquinários, para a pesagem, embalagem e um vestiário masculino e feminino.
A Central de Artesanato oferecerá aos artesãos um espaço de uso coletivo para o beneficiamento da matéria-prima e de oficina para treinamento e capacitação de jovens e adultos, visando suprir uma demanda local, que proporcionará um maior controle de qualidade das sementes e produtos florestais colaterais beneficiados, criando uma normatização de beneficiamento e futuramente a possibilidade de certificação de origem dessas matérias-primas ou até mesmo do processo de produção. “O secretário José Reis e o governador Tião Viana estão de parabéns por terem a sensibilidade em relação aos artesãos”, acrescentou Taborga.
O secretário José Reis lembrou que, antes de adquirir os equipamentos que agora estão sendo entregues, no intuito de avançar no alcance da auto-gestão, a Secretaria de Pequenos Negócios, em parceria com instituições como Sebrae, Instituto Dom Moacyr e Núcleo de Design, elaborou o Plano de Gestão e Funcionamento do Centro de Artesanato de Rio Branco.
O Plano incluiu propostas concretas para a elaboração e implementação do Plano de Gestão do Centro; questões chaves por eixos temáticos como matéria-prima, produção/beneficiamento, comercialização, identidade e marketing, público beneficiário, manutenção, gerenciamento, controle, acompanhamento e avaliação e outras funções na qual o Centro poderá exercer em seu funcionamento.
“Em relação à parceria com os artesãos, dentro do Programa de Economia Solidária, destacamos projetos desenvolvidos e/apoiados pela SEPN, como a formação técnica a mais aproximadamente 300 pessoas do Cadúnico e bolsa família no município de Rio Branco”, disse o secretário José Reis.
A Central de Artesanato também vai abrigar a Cooperativa de Produção em Economia Solidária Nativoz da Amazônia, especializada na produção de instrumentos musicais. Composta por 21 membros, dos quais seis artesãos trabalham como lutiês na confecção de violões, violas, guitarras e cavaquinhos, tudo com madeira extraída da floresta amazônica. “Na verdade, trabalhamos com resíduos das marcenarias, mas agora, com o apoio do governo do Estado, podemos pensar em madeira de melhor qualidade, para fazermos instrumentos que nada ficam à dever à grande indústria”, disse o lutiê Denys Rafael Maquiné,
Com apenas 24 anos de idade, Denys é um mestre no assunto. Já trabalha na área faz 11 anos, depois de ter aprendido todos os segredos da arte com o professor Rubens Gomes, o “Rubão”, no Amazonas. “Aqui, nós temos gente talentosa. O que nos faltava era dinheiro para aquisição de matéria- prima para tocarmos os projetos”, acrescentou.
O secretário José Reis anunciou que os fabricantes de instrumentos musicais vão ser contemplados com pelo menos R$ 200 mil a partir de um convênio entre o Governo e a Cooperativa. “A orientação do governador Tião Viana é para que os programas de pequenos negócios atendam a maior gama possível de pessoas, em todas as áreas. Já percebemos que os artesãos podem estar tranquilamente dentro dos nossos programas e por isso estamos buscando essas parcerias”, afirmou José Reis.
