Quem amanheceu em Rio Branco, nesta quarta-feira, 24, pode perceber a densa massa de fumaça que tomou conta da cidade. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe) parte da fumaça, que chegou ao Acre, é oriunda do Amazonas, Rondônia e Mato Grasso.
A fumaça gerada na Bolívia – especialmente nos departamentos de Beni, Santa Cruz e Pando – também está se deslocando para a região, em decorrência dos ventos Sul, que apesar de apresentar baixa velocidade, deslocam a massa de fumo.
Todo o Leste do estado está afetado por grande concentração de fumaça também gerada na própria região. Rio Branco está entre os municípios com mais nuvens de fumaça.
“A fumaça em Rio Branco possui três fontes: queimadas dentro da própria cidade, fora – mas dentro do estado – e o terceira, oriunda de fora do estado. Normalmente, a maior parte da fumaça que temos vem do Norte, quando há vento. Mas quando temos friagens elas derivam do Sul e Sudeste, parte vem da Bolívia”, explicou o pesquisador da Universidade Federal do Acre, Foster Brown.
A massa de ar poluente, decorrente de queimadas urbanas e florestais, acarreta sérios prejuízos à saúde da população. O Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) já aplicou mais de R$ 200 mil em multa.
“Temos intensificado o nosso trabalho de fiscalização, prevenção e repressão, mas o fogo ele não nasce, é necessário que alguém provoque a ação. Por isso, temos que contar com a parceria da sociedade, que denuncia e fiscaliza, mas que principalmente tem que evitar usar esse tipo de prática ilegal”, destacou o diretor-presidente do Imac, Paulo Viana.
Amazônia Legal
Segundo a diretora técnica do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), Vera Reis, o Acre ocupa a sétima posição no ranking de focos de calor dos estados que compõem a Amazônia Legal.
O satélite de referência ponta um acumulado, de janeiro a agosto, de queimadas da Amazônia Legal é de 49.991 focos de calor. Desses, 1,786 foram registrados no Acre até o momento.