A abertura do “10º Festival Acreano de Vídeo” ocorreu na última segunda-feira, 25, no auditório da Biblioteca da Floresta, com a participação de autoridades do poder público, artistas e comunidade. Para o público, a banda de música da Polícia Militar orquestrou diversos clássicos da MPB e finalizou sua apresentação com a execução dos hinos do Brasil e do Estado, iniciando, assim, os festejos pelas quatro décadas de produção cinematográfica no Acre.
Emoção e reconhecimento marcaram o segundo momento da noite, no qual a Associação Acreana de Cinema (Asacine), realizadora do evento com a parceria da Fundação Elias Mansour (FEM), homenageou importantes nomes que auxiliaram no desenvolver do movimento audiovisual, com destaque para Jorge Viana, vice-presidente do Senado, Tião Viana, governador do Acre, e o patriarca da família, Wildy Viana, que atuou nos mandatos de vereador e prefeito de Rio Branco e ainda como deputado estadual e, posteriormente, federal – somando 24 anos de contribuição, de 1963 a 1987.
Do filme “Fracassou meu Casamento”, de João Manhãs e Adalberto Queiroz, a atriz Raimunda Bessa recebeu uma demonstração de carinho e admiração. Os cineastas respeitavam-na como uma mãe e a chamaram ao palco para relembrar detalhes. “Eu era, na verdade, uma pessoa do teatro, mas acabei sendo pega por esses meninos e os coloquei debaixo das minhas asas. Cuidava da alimentação, fazia a merenda… E o mais importante é que eles nunca me esqueceram”, disse.
Homenagem aos cineastas
Em 1973, a produção audiovisual nascia pela sensibilidade de Adalberto Queiroz, Antônio Evangelista [Tonivan], João Manhãs e Laurêncio Lopes, considerados como os quatro cavaleiros da esperança no cinema do Acre. “Eles tiveram a coragem de pegar uma máquina de Super-8 e de começar a filmar a nossa história contemporânea. Mostrando como nós éramos, como falávamos e como pensávamos. Graças e eles, hoje nós podemos aprender e estudar sobre a geração daquela época”, comentou o professor Marcos Afonso, diretor da Biblioteca da Floresta.
E disse mais. “Nós estaremos aqui, novamente, no dia 3 de julho, lançando o acervo do Adalberto Queiroz, com uma coletânea dos filmes produzidos no Acre, que estarão à disposição de toda a sociedade acreana e de toda a sociedade brasileira”. Francis Mary Alves de Lima, diretora-presidente da FEM, reafirmou a parceria com a Asacine e fez mais uma surpresa. “Comunico que todos os espaços culturais do Estado estarão à disposição do movimento audiovisual. Somos parceiros, estamos juntos nessa e vamos comemorar”, concluiu.
Popularizando o cinema
“A Asacine é muito simbólica na nossa cidade e no Estado em geral. E qualquer gestor público precisa ter o parâmetro da insistência e da persistência que vocês tiveram para sobreviver durante esses 40 anos e, ainda, para conseguir celebrar essa décima edição do evento. A prefeitura de Rio branco também está nessa luta com vocês e queremos trabalhar em parceria”, falou Rodrigo Forneck, diretor-presidente da Fundação Garibaldi Brasil.
O desafio virá com o “Cinema nos Bairros”, onde a prefeitura e o governo pretendem levar a sétima arte para os bairros pobres da cidade e, para isso, contarão com o auxílio e a experiência do maior número possível de realizadores audiovisuais e cineclubistas. “Queremos que o projeto comece a vigorar já no final de março ou no começo de abril e precisaremos de todos para que nos ajudem a engrossar esse caldo”.
Após o pronunciamento das autoridades, ocorreu um debate com o professor Hélio Costa Jr., autor do livro “Acreanos do Cinema”, sobre o tema “Homens e Mulheres da História do Cinema Acreano”. Para mais informações sobre a programação do 10º Festival Acreano de Vídeo, acesse a página www.festacvideo.blogspot.com.