Uma política ambiental desenvolvida em harmonia com o desenvolvimento econômico e respeito às populações tradicionais. Esta equação, que vem sendo desenvolvida no Acre há mais de uma década, nem sempre foi fácil de resolver, mas tem merecido o reconhecimento de mecanismos internacionais como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Uma equipe do BID, liderada pelo gerente-geral do Departamento de Países do Cone Sul, José Luís Lupo, está no Acre para visitar algumas iniciativas acreanas e negociar a segunda fase do contrato do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Acre (PDSAII), no valor de US$ 72 milhões.
Segundo o secretário de Planejamento, Márcio Veríssimo, a meta do governo do Estado é aumentar para 6% a participação do setor florestal na composição do Produto Interno Bruto (PIB) do Acre, envolvendo 60 mil famílias nesse processo.
“Eu fiquei surpreendido. Estamos impressionados com tudo que aconteceu nos últimos 15 anos no Acre e com os planos que o Estado tem para médio e longo prazos. A estratégia do BID no Brasil é focada no Nordeste e no Norte. No Nordeste temos uma expressividade, mas no Norte estamos em busca de uma parceria forte, de uma aliança, e o Acre tem tudo para preencher esse papel, pois tudo o que tem sido feito aqui é exatamente o eixo estratégico de desenvolvimento do BID”, disse Lupo.
O governador Tião Viana comentou alguns dos projetos em desenvolvimento no Acre e explicou que os fundamentos de um projeto de Estado é oferecer qualidade de vida a partir de uma economia de base florestal e sustentabilidade ambiental. “Aqui é um principio sagrado conservar os recursos naturais. Nosso desafio é consolidar a economia acreana de forma a garantir a emancipação econômica do Estado”, comentou.
Bandeira que é sempre levantada pelo governador Tião Viana é o fortalecimento econômico das regiões de fronteira do Peru e Bolívia. “São os dois maiores produtores de cocaína do mundo, mas se o governo tiver opção de uma economia solidária, ele consegue tirar as pessoas que trabalham com a coca e trazer para outro negócio. Depende de investimento, e alguns milhões de reais resolveriam isso. Precisamos ajudar porque a redução da produção de droga vai beneficiar o mundo inteiro”, defendeu Tião Viana.
A equipe do BID, composta também por José Seligmann (coordenador de Países), Daniela Carrera (representante do BID no Brasil) e Fabiano Bastos (economista regional), conheceu os investimentos do governo do Acre na gestão de Tião Viana e alguns projetos que têm dado resultados positivos, como a Fábrica de Preservativos de Xapuri e o Complexo Industrial.
Avanços e desafios
Um investimento de US$ 72 milhões, com US$ 48 milhões de contrapartida do Estado, irá financiar o Programa de Desenvolvimento Sustentável do Acre em sua segunda fase (PDSAII).
O PDSA fase I, executado no período de 2002 a 2010, alcançou resultados positivos nos três objetivos específicos: modernizar a capacidade da gestão ambiental do Estado e assegurar o uso eficiente dos recursos naturais, aumentar a taxa de crescimento do setor silvo-agropecuário e gerar emprego, reduzir os custos de transporte e aumentar o acesso à eletrificação rural no Acre.
O objetivo geral do programa foi de melhorar a qualidade de vida da população e preservar o patrimônio natural do Estado do Acre em longo prazo.
No total, o PDSA II investirá US$ 120 milhões nos próximos cinco anos, dos quais R$ 37 milhões no setor florestal e 55 milhões no fomento às cadeias de valor agroflorestais. A proposta é de consolidar a expansão da economia florestal do Acre, promovendo o aumento da produtividade, da competitividade e da competência, e induzir um ambiente de negócios com inclusão social.
Por meio do programa serão ampliadas as áreas de florestas públicas e as concessões florestais para manejo, além do melhoramento de ramais para escoamento da produção, da promoção de cadeias de valor e do fortalecimento da gestão pública florestal e agroflorestal.