Polícia desarticula ramificação do PCC no Acre

A Polícia Civil deflagrou nesta sexta, 1, a Operação Diáspora (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

A Polícia Civil deflagrou nesta sexta, 1, a Operação Diáspora (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

 

Assim como já ocorreu em outros estados, há cerca de três meses, o Primeiro Comando da Capital (PCC) vinha tentando se estruturar no Acre. Desta vez as expectativas da facção criminosa esbarraram na investigação da Delegacia Antiassalto da Polícia Civil (DAPC), que desarticulou as pretensões dos criminosos.

Depois de identificar integrantes do grupo, em um trabalho de investigação que durou horas de monitoramento, a Polícia Civil deflagrou nesta sexta, 1º, a “Operação Diáspora”, com ações pontuais na Baixada do Sol e no Presídio Francisco de Oliveira Conde, para prender líderes do PCC e bens da organização.

 

Participaram do cumprimento da determinação judicial 130 policiais civis e militares (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Participaram do cumprimento da determinação judicial 130 policiais civis e militares (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

 

Participaram do cumprimento d

Trinta e nove pessoas foram presas pela operação da Polícia Civil (Foto: Gleilson Miranda/Secom)
Trinta e nove pessoas foram presas pela operação da Polícia Civil (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Trinta e nove pessoas foram presas pela operação da Polícia Civil (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

 

Para o secretário de Polícia Civil, Emylson Farias, o Estado do Acre tem o mérito de atuar de forma integrada e atuante, e é assim que deve permanecer. “O enfrentamento às organizações criminosas precisa ser feito com firmeza, e assim temos agido, contando com o apoio e a sensibilidade das instituições parceiras, que atuam com presteza à todas nossas solicitações, no intuito de colocar esses criminosos fora de circulação”, destacou.

{xtypo_quote_left}Essa operação é uma vitória não somente da polícia, mas principalmente da sociedade{/xtypo_quote_left}O delegado que debelou o ‘esquadrão da morte’, quando atuava na Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Decco), na condição de chefe de polícia, impediu que o PCC prosperasse no Acre. Farias, destacou o empenho pessoal do governador Tião Viana que teve a capacidade de articular junto à presidenta Dilma Rousseff a remoção dos líderes da facção criminosa para presídios federais.

O delegado geral enalteceu o empenho dos policiais que participaram da investigação e lembrou que ao mesmo tempo em que o PCC era desbaratado, a inteligência policial evitou 16 assaltos e três execuções, determinadas pela facção nos últimos dois meses.

“Essa operação é uma vitória não somente da polícia, mas principalmente da sociedade”, destacou secretário de segurança, Ildo Reni Graebner.

“É do conhecimento que o PCC nasceu em presídios e tenta se expandir pelo país. Tive hoje, a confirmação do governador Tião Viana de que vamos fortalecer a vigilância no presídio, para isso, o Estado está comprando equipamentos modernos para evitar que celulares e outros meios de comunicação alcancem o interior da unidade prisional”, revelou Dirceu Augusto, diretor do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen).

Regionalização do Crime – O delegado responsável pela investigação, Alcino Júnior, disse que os criminosos pretendiam dividir a cidade de Rio Branco em quatro grandes zonas; zona sul, zona norte, zona leste e zona oeste. Cada zona teria um integrante responsável, o qual tinha a incumbência de planejar e desenvolver ações criminosas específicas, a fim de otimizar o crescimento do grupo. Entre os crimes planejados consta tráfico internacional e interestadual de entorpecentes.

 

Também foram realizadas buscas no presídio Francisco de Oliveira Conde (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Também foram realizadas buscas no presídio Francisco de Oliveira Conde (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

 

Com o apoio dos integrantes de outros estados estava sendo articulada a vinda de maconha do Estado do Mato Grosso do Sul e a remessa de cocaína para o sudeste do país. A cocaína remetida seria adquirida no Bolívia e no Peru.

Com a intenção de crescer no presídio, eles passaram a promover filiações (batismo) de novos integrantes, fora da unidade prisional. Os que se encontram em liberdade são os responsáveis pela organização e execução de roubo, para o pagamento da chamada “cebola” (contribuição financeira mensal), ao PCC, segundo a investigação.

Vitória da Sociedade – O governo do Estado, com o apoio do Ministério da Justiça, possibilitou as condições para o êxito da operação de combate à atuação da organização criminosa. O PCC é a mais ameaçadora organização criminosa que se tem notícia em território brasileiro. Os serviços de inteligência têm observado o movimento dos criminosos em países amazônicos vizinhos.

O sucesso da operação deve-se fundamentalmente ao apoio do governo federal, isso porque, durante o período de investigação, foi mantido o diálogo permanente com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que apoiou todas as medidas adotadas.

Buscas – Nesta sexta-feira a polícia procedeu a buscas, por determinação judicial, nos pavilhões “J”, “K” E “N” da penitenciária estadual Francisco de Oliveira Conde, com a finalidade de apreender telefones celulares, substâncias entorpecentes, armas e documentos relacionados à organização criminosa. Documentos e outros itens citados na investigação foram apreendidos, validando a verificação.

 

A polícia procedeu a buscas, por determinação judicial, nos pavilhões “J”, “K” E “N” da penitenciária estadual Francisco de Oliveira Conde (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

A polícia procedeu a buscas, por determinação judicial, nos pavilhões “J”, “K” E “N” da penitenciária estadual Francisco de Oliveira Conde (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

 

A autoridade policial também pediu e a justiça autorizou a transferência imediata dos presos pela operação para presídios federais, por tratarem-se de pessoas de alta periculosidade e de largo histórico criminoso.

Como medida de segurança e urgência e em atenção à lei de execução penal, o delegado Alcino requereu também, após o cumprimento das medidas anteriores (prisões e buscas), a inclusão dos demais representados no regime disciplinar diferenciado (RDD).

A inteligência policial identificou, inicialmente, pelo menos 15 pessoas já recrutadas pela organização criminosa no Acre, tanto dentro do presídio Francisco de Oliveira Conde, quanto no fora dele, já recebendo determinações de líderes locais e de outros Estados, como está comprovado no organograma da quadrilha.

Polícia frustra roubos do PCC – No dia 31 de dezembro a Polícia Civil frustrou e prendeu homens que iam executar um roubo na lanchonete Bob’s, no Parque da Maternidade, além do posto de combustível Calafate, posto de combustível Isaura Parente, loja de roupas infantis João e Maria, distribuídora de bebidas nos fundos da Galeria Meta, no cofre da empresa que administra o serviço de estacionamento do Via Verde Shopping, Casa das Embalagens, roubo a uma residência no bairro Joao Eduardo e algumas execuções ordenadas e planejadas pelo PCC.

Os presos – Gerlan Alain Mota Lopes, Eliezer Rufino Ferreira, Deusleno dos Santos Nascimento, Muller Junior Vieira Holanda, Mario Jorge da Silva, Adonay Rodrigues Bronziado, Alexsandro Costa da Silva, Antônio David Marques de Souza, Antônio Iranildo de Aquino Coelho, Deires Jhanes Saraiva de Queiroz, Elvis Amorim Sena, Fernando Cruz dos Santos, Fernando Henrique Junqueira, Francisco Ferreira de Andrade, Gilson Carvalho Aiache, Ione Maria Santos de Oliveira, Jeames da Silva Almeida, Jefson Carlos de Araújo Cezário, José Carlos dos Santos Batista, José Mertonho Silva de Oliveira, José Maurene Carvalho Bezerra, Lidisney Moura Ferreira, Liebert Teixeira de Azevedo, Ortênio Rodrigues Raioclecio Oliveira da Silva, Ricardo Willyans Pinheiro da Silva, Rosângela Carvalho da Silva, Sérgio Apolinário Ramos, Thiago da Silva Gomes, Vagner Vidal Mendes, Willien da Silva Damasceno, Francisco Elcimar da Silva Conceição, Claudineia Maria da Silva, Weberton Rodrigues do Carmo, Bruno José Araújo Amorim, Antônio Luciano Silva de Souza, Eliudo Pio da Conceição, Hernandes da Silva Pinto, Sandro de Oliveira e Luiz Oliveira da Silva.

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