Ao longo dos últimos anos, os investimentos do governo do Acre em comunidades extrativistas e nas condições de beneficiamento têm mudado a vida de quem vive da coleta de castanha-do-brasil no estado.
Um exemplo é o preço praticado no mercado. Em 1998, a lata de castanha chegou a ser comercializada por menos de dois reais. Hoje, o valor por uma lata chega a R$ 45.
Este ano, os investimentos continuam. Nesta semana, o governo do Estado e a Cooperacre assinaram convênio para implantação do plano de gestão da cadeia de valor da castanha-do-brasil.
Os recursos, superiores a R$ 2,6 milhões, são do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por meio do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Acre (PDSA).
São 168 famílias em 10 comunidades extrativistas de Xapuri, Sena Madureira, Brasileia e Rio Branco que serão beneficiadas com investimentos em armazenamento e escoamento da produção.
Está prevista a construção de 11 armazéns, que terão capacidade total para armazenar 10,5 mil latas. Outro, com capacidade de 12,5 mil latas, será totalmente reformado.
Para escoar a produção, serão adquiridos dois caminhões, três motores estacionários e três barcos com capacidade para cinco toneladas cada.
Já para conseguir buscar a castanha nos locais de difícil acesso, o convênio prevê a compra de oito quadriciclos, 26 bois, 58 burros e 82 equipamentos de cangalhas para os animais.
Manoel da Silva, presidente da Cooperacre há mais de uma década, com 77 anos e toda a vida dedicada ao extrativismo, fala dos investimentos. “Hoje é um novo mundo para os extrativistas. Se souber trabalhar direito, tem renda, que é o mais importante. Quem tem castanha tem mercado garantido e por um preço justo.”