Representantes do governo do Estado, do Banco do Brasil e do Banco da Amazônia estão reunidos com os trabalhadores rurais de Cruzeiro do Sul, na sede do sindicato, para avaliar as ações realizadas em 2012 em relação ao setor produtivo e perspectivas para 2013. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Cruzeiro do Sul, João Silva Nascimento, considera que há uma expectativa dos produtores em relação ao programa Ramais do Povo, que propõe asfaltar 500 quilômetros de ramais no Estado. “Temos propostas para 2013 e também queremos ouvir os bancos sobre a renegociação de dívidas”, disse.
O secretário Lourival Marques, da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), apontou uma série de ações do governo executadas em Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves, como mecanização agrícola, piscicultura, melhoramento de ramais, aplicação de calcário, investimentos na bacia leiteira, distribuições de pintos e ações de desenvolvimento comunitário para comunidades mais isoladas. “Queremos discutir com os trabalhadores como melhorar nossas ações”, relatou.
Marques comentou também sobre a visita do ministro da Pesca, Marcelo Crivella, ao Estado, ocasião em que assinou convênio com o governo no valor de R$ 20 milhões para investimento no programa de piscicultura. Com esses recursos, serão construídos mais 2.425 tanques, além da compra de quatro caminhões para apoio ao transporte da produção para o frigorífico e também veículos para assistência técnica.
Inadimplência e crédito
O gerente do Banco da Amazônia em Cruzeiro do Sul, José Cordeiro, contou que a instituição liberou financiamentos no valor de quase R$ 4 milhões, pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) e pelo Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf). “Tínhamos uma meta de R$ 5 milhões, chegamos bem próximos e não estamos trabalhando mais por conta da inadimplência no município”, reclamou.
Cordeiro explica que o Ministério da Integração Nacional tem um mecanismo que trava a concessão de novos créditos em função da inadimplência. “Quando a inadimplência está acima de 6%, é bloqueada a concessão de créditos para aquele município. E aqui, alguns municípios encontram-se impossibilitados de acessar o crédito das linhas ‘Mais Alimentos’ e o Pronaf B. Em Cruzeiro do Sul nós só estamos podendo operar com o Pronaf A, que é de responsabilidade do Incra.”
O Banco do Brasil não opera o FNO, mas trabalha na agricultura familiar com recursos da Poupança. Segundo o gerente de Relacionamento do Banco em Cruzeiro do Sul, Alessandro Oliveira, o governo federal está dando várias condições para diminuir a inadimplência. A Resolução 4028 do Banco Central regulamenta a renegociação de dívidas vencidas de 2011 para trás.
“Quem tem dívidas vencidas pode procurar o banco, o mais rápido possível, para aderir à resolução. Sem ela, o interessado não tem direito aos descontos nem recálculo de juros. Ela facilita a renegociação, e nossa intenção é renegociar esse débito, porque ele está bloqueando novos empréstimos. Renegociado o débito, o banco vai traçar políticas para emprestar novos valores, especialmente para os produtores de mandioca, os que mais procuram”, disse.
Precisa melhorar em 2013
Com muito serviço prestado ao longo dos últimos anos em prol da economia rural, o vereador eleito pelo PT Valdemir Neto ajudou a articular a reunião entre o governo e os trabalhadores rurais. Para ele, o governo iniciou muitas ações, mas em 2013 elas precisam chegar de forma mais rápida e mais eficiente aos produtores. “Em 2012 tivemos dificuldades para fazer essas ações chegarem com mais rapidez aos lotes dos produtores. O objetivo é que em 2013 tenhamos condições para que isso aconteça. O próximo ano será melhor, com certeza”, garantiu.