Tornar o Acre o endereço do peixe na Amazônia, criando uma classe média rural através da participação de pequenos produtores na cadeia produtiva. Este é o desafio imposto ao estado pelo governador Tião Viana e apoiado pela presidenta Dilma Rousseff. Para fortalecer este projeto ousado empreendido pelo governo do Acre, o ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, assinou nesta quinta-feira, 6, em Rio Branco, convênio no valor de R$ 20 milhões, além de lançar o Plano Safra da Pesca e Aquicultura no estado.
Os recursos serão usados para construir novos tanques de piscicultura para os produtores rurais de baixa renda, agora, sem a necessidade de contrapartida. “Hoje, graças a sensibilidade do ministro Crivella, da presidenta Dilma e do governador Tião Viana, os produtores que não têm condição de fazer um tanque, embora sonhem com isso há tantos anos, podem saber que vão realizar esse desejo. E não é só isso. Só um governador com o comprometimento do Tião Viana poderia nos fazer donos de um investimento deste tamanho. São R$ 53 milhões investidos num complexo de piscicultura e nós, através da cooperativa, podemos bater no peito e dizer que somos donos de 30% de tudo isso”, disse o presidente da Central de Cooperativas dos Piscicultores do Acre, Sansão Nogueira.
O ministro ficou feliz com o modelo adotado pelo Acre que garante não só a participação dos pequenos na cadeia produtiva, mas também nos resultados alcançados pelo complexo industrial da piscicultura. “Estamos mostrando no Acre que é possível fazer um arranjo produtivo com níveis nunca antes vistos no Brasil: os produtores não serão apenas donos do tambaqui, mas também da fábrica da ração e todo o complexo. Este é um exemplo que precisa ser replicado no país”, disse.
Para Crivella, o que está sendo feito no Acre no projeto da piscicultura e o Plano Safra da Pesca e Aquicultura, “são, definitivamente, o melhor caminho a ser seguido. Não se preocupem com o consumo. O Brasil importa metade do peixe que consome. O peixe não vai estragar. O país importou US$ 1,3 bilhões em peixe no ano passado. E aqui vocês tem outra vantagem: verticalizaram a produção. Vão produzir alevinos, a ração e processar o peixe. Não ficarão sujeitos a pressão de preço dos fornecedores”, explicou. A presidenta Dilma, segundo o ministro, destinou pelo menos R$ 200 milhões para compra de peixe em 2013. “A ordem é comprar todo peixe encontrado com qualidade. Isso vai ser inserido na merenda escolar”, disse.
O governador Tião Viana ressaltou que estão sendo investidos mais de R$ 100 milhões no desenvolvimento e fortalecimento da piscicultura no Acre, incluindo as ações em Cruzeiro do Sul e Bujari, além do complexo industrial de Rio Branco.
“Temos um produtor em Brasileia que está investindo em tanques para criar peixes. Ele já cria galinhas caipiras, frangos, têm três mil pés de hortaliças plantados e tira em média, por mês, R$ 10 mil reais numa propriedade de 70 hectares. É isso que nós sonhamos pro Acre, que haja uma classe média rural, que os produtores possam sonhar com um futuro melhor pros seus filhos, com uma renda mais tranquila, que feche todas as contas no fim do mês. Queremos que o endereço do peixe no Brasil comece no Acre”, disse o governador Tião Viana.
Dezesseis mil famílias envolvidas na piscicultura
Para manter em funcionamento o moderno complexo industrial que está em construção em Rio Branco, seria necessário que muitos pequenos produtores – e não apenas os grandes – fizessem parte do projeto, segundo a concepção do governador Tião Viana. “E pra isso ele nos impôs a meta de construirmos cinco mil tanques de piscicultura. Já passamos dos dois mil construídos e com este recurso que o ministro Crivella vem nos trazer será possível concluir a construção, dando oportunidade para que mais famílias participem deste projeto”, disse o secretário de Produção, Lourival Marques.
Para o secretário de Indústria e Comércio, Edvaldo Magalhães, a decisão tomada pelo governador Tião Viana em estruturar um programa de piscicultura no Acre foi das mais ousadas. “Porque ele não queria deixar nenhuma brecha, nem cadeia produtiva, nem na cadeia de valor. Queria tudo encaixado, funcionando, com a participação dos pequenos, com a produção da ração, a criação dos alevinos, o processamento do peixe”, observou.
Antes de chegar a Teatro Universitário, o ministro Crivella, ao lado do governador Tião Viana, sobrevoou a área do Complexo Industrial da Peixes da Amazônia S/A, algumas propriedades privadas que trabalham com a piscicultura. Também visitou a Zona de Processamento de Exportação, a primeira ZPE alfandegada do Brasil.
Participaram da solenidade os deputados federais Sibá Machado, que tem seu mandato dedicado à produção agrícola, e Antônia Lúcia, que destinou suas emendas individuais para os projetos de piscicultura. Os deputados estaduais Élson Santiago, presidente da Assembleia Legislativa, Helder Paiva, Ney Amorim e Jamyl Asfury também estiveram presentes. Centenas de produtores lotaram as fileiras do Teatro Universitário.
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Plano Safra de Pesca e Aquicultura
O Plano Safra de Pesca e Aquicultura é uma nova etapa no processo de fortalecimento do setor. Muitas oportunidades de emprego e renda são criadas. A meta é produzir 2 milhões de toneladas anuais de pescado até 2014 investindo em todo o potencial do país para a produção nesse setor. O investimento total do governo federal no Plano Safra é de R$ 4 bilhões.
O objetivo é tornar mais efetivas as políticas econômicas e sociais do governo federal voltadas para a cadeia produtiva de pesca e aquicultura. O plano vai ampliar as ações governamentais e o desenvolvimento sustentável por meio de medidas de estímulo à competitividade e ao empreendedorismo. Serão beneficiadas em torno de 330 mil famílias com mais crédito, juros menores e prazos bem mais estendidos. A ampliação do volume de crédito disponível para pescadores e aquicultores será totalmente acompanhada de assistência técnica.{/xtypo_rounded2}
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