O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) fez no sábado, 30, o lançamento da 35ª Campanha Estadual de Vacinação contra a Febre Aftosa. O evento foi realizado nas dependências do Frigorífico Três Irmãos, localizado na Estrada de Guajará, km 3, com presença expressiva de criadores de gado, funcionários e proprietários de casas agropecuárias, funcionários e diretores do Idaf de Rio Branco e Cruzeiro do Sul.
Segundo um dos diretores do Idaf, Ronaldo Queiroz, o governo decidiu prestigiar a região do Juruá com o lançamento da campanha, o que nunca havia acontecido. Ele informa que na campanha de novembro do ano passado foi alcançado o índice de 96,4% na região, cujo rebanho ultrapassa 110 mil animais. Em Cruzeiro do Sul, o índice de vacinação alcançou os 98%.
Na etapa atual, apenas os animais até 24 meses serão vacinados, o que é um diferencial já conquistado pelo Acre pelo fato de que há mais de 12 anos não são detectados casos de aftosa no estado. Na região fronteiriça, porém, a vacinação será geral. Ocorre que as organizações internacionais são muito criteriosas e os países vizinhos ainda não alcançaram o status que o Acre alcançou, como “livre de febre aftosa com vacinação”.
Raiva e brucelose
No evento foi explicada a necessidade da vacinação e notificação não apenas contra a febre aftosa, mas também contra a raiva e a brucelose, que também estão sob responsabilidade do Idaf na região.
O veterinário Mário César de Araújo, coordenador do programa de raiva e outras encefalopatias dos herbívoros, inclusive a “vaca louca”, chamou a atenção para a necessidade da vacinação contra a raiva: “Na regional do Juruá foram detectados em 2015 cinco casos de raiva em herbívoros; três em Rodrigues Alves, um em Marechal Thaumaturgo e um em Cruzeiro do Sul”.
Ele incentivou os criadores a fazer a vacinação contra a raiva conjuntamente com a da febre aftosa e também chamou a atenção para a necessidade da declaração da vacinação.
Araújo lembrou que a raiva é prevenível com vacina e é uma doença 100% letal para os bovinos e quase letal para os humanos. A raiva, segundo ele, causa prejuízo anual de R$ 50 milhões ao Brasil com a morte dos animais infectados e outros R$ 100 milhões no tratamento das pessoas infectadas
Araújo ainda explicou a necessidade de que o programa contra a brucelose avance. Ela é obrigatória para as fêmeas de três a oito meses de idade. Agora, porém, há uma nova proposta, com a vacina RB 51, para as fêmeas adultas que ainda não foram vacinadas. A declaração da vacina contra a brucelose também é obrigatória porque é transmitida para os humanos por meio do leite e derivados.
Araújo ainda falou sobre os cuidados com a “vaca louca”, doença causada por uma partícula de proteína infectante que vem do processamento das proteínas de origem animal encontradas em farinhas de osso, carne e vísceras. “Se os profissionais do Idaf perceberem que estão sendo dadas rações de origem animal, os animais terão que ser todos abatidos”.