Novos postos de trabalho surgem com a instalação de indústrias no Acre

Peixes da Amazônia gera diretamente 165 empregos (Foto: Angela Peres/Secom)
Peixes da Amazônia gera diretamente 165 empregos (Foto: Angela Peres/Secom)

Um novo modelo de gestão adotado por empreendimentos que se instalaram no estado nos últimos anos faz o Acre andar na contramão da recessão econômica que se vê a nível nacional. Numa estratégia de integração que alia as esferas pública, privada e comunitária, as indústrias inovaram nos aspectos tecnológicos e na contratação de mão de obra.

Dom Porquito empregou muitas famílias no Alto Acre (Foto: Gleilson Miranda/Secom)
Dom Porquito empregou muitas famílias no Alto Acre (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Em todo o estado mais de mil empregos diretos já foram gerados em cinco anos por agroindústrias ligadas a esse modelo de parceria. O Complexo de Piscicultura Peixes da Amazônia, por exemplo, gera 165 empregos diretos. No Alto Acre, a Dom Porquito e a Acreaves somam outras dezenas.

Cooperacre possui três usinas de castanha gerando muitos empregos (Foto: Angela Peres/Secom)
Cooperacre possui três usinas de castanha gerando muitos empregos (Foto: Angela Peres/Secom)

Ainda, os incentivos do governo à organização de produtores por meio de cooperativas tiveram resultados otimistas. É o caso da Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre (Cooperacre), responsável pela maior produção de castanha beneficiada do país. Contemplando milhares de famílias na distribuição da renda, a Cooperacre possui três usinas de beneficiamento de castanha e uma de polpa de frutas em operação.

Sem esquecer da fábrica de preservativos masculinos Natex, que no momento beneficia cerca de 700 famílias de seringueiros com a venda do látex por até R$ 8 por litro entregue para fabricação.

Em cada indústria, muitas histórias para contar

Roselina foi uma das primeiras a passar por seleção de emprego na Dom Porquito (Foto: Angela Peres/Secom)
Roselina foi uma das primeiras a passar por seleção de emprego na Dom Porquito (Foto: Angela Peres/Secom)

“Eu trabalhava como doméstica e ganhava 300 reais. Com esse valor a gente não faz praticamente nada. Me sinto uma mulher realizada com meu primeiro emprego de verdade, numa empresa que dá oportunidade, principalmente para nós, mulheres, que por muito tempo fomos excluídas”, declarou Roselina Costa, uma das primeiras contratadas pelo frigorífico de suínos Dom Porquito, em Brasileia.

A indústria investiu em maquinário especial para o manuseio de mulheres. Agora, Roselina sonha em crescer na empresa e ter condições de concluir a reforma de sua casa.

Luciana afirma que com o emprego guarda as economias (Foto: Angela Peres/Secom)
Luciana afirma que com o emprego guarda as economias (Foto: Angela Peres/Secom)

Já Luciana Chaves conta que a próxima meta de sua vida é fazer uma faculdade. Para isso, já guarda parte do salário conquistado com o emprego no frigorífico da Peixes da Amazônia: “Antes eu só tinha algum dinheiro quando fazia faxina, mas não chegava a 300 reais. Hoje eu tenho meu salário e ainda guardo minhas economias”.

Eliete e o filho foram empregados pela Peixes da Amazônia (Foto: Diego Gurgel/Secom)
Eliete e o filho foram empregados pela Peixes da Amazônia (Foto: Diego Gurgel/Secom)

O Complexo de Piscicultura trouxe perspectivas para os moradores da região, no quilômetro 40 da BR-364 sentido Rio Branco a Porto Velho. Maria Eliete Batista mora nas proximidades há mais de 14 anos com o esposo e os três filhos, fala com brilho nos olhos sobre o complexo, que concedeu emprego a ela e ao filho mais velho.

“Antes não tinha emprego para nós aqui. Minha opção era viver da horta ajudando meu marido e, de vez em quando, pegava uma lavagem de roupa. Hoje eu sou muito grata por quem teve essa ideia que ajudou muita gente. Venho todo dia muito feliz para o meu trabalho”, disse.

"Sempre quis construir uma casa para o meu filho", conta Francisca (Foto: Angela Peres/Secom)
“Sempre quis construir uma casa para o meu filho”, conta Francisca (Foto: Angela Peres/Secom)

Em Rio Branco, a Cooperacre colocou em funcionamento recentemente a nova usina de beneficiamento de castanha. Com o emprego formal, Francisca das Chagas comemora a realização de um sonho: ter construído uma casa para o filho.

Ela trabalha junto a outras mulheres na seleção da castanha antes que o produto chegue à inspeção final. Esse é um diferencial da cooperativa, que dá prioridade à contratação de mulheres para esse tipo de trabalho, considerado mais minucioso e detalhista.

“Antes eu trabalhava sem nenhuma segurança. Com carteira assinada, em um empresa séria, posso ficar mais tranquila e fazer planos de crescer, por isso vou dar o melhor de mim pra fazer um bom trabalho”, relata.

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