Sesacre promove oficina de monitoramento e avaliação das ações de controle à tuberculose

Nos dias 21 e 22 próximos (quarta e quinta-feira), coordenadores e responsáveis pelo Programa de Controle da Tuberculose dos municípios acreanos participam da IV Oficina Estadual de Monitoramento, Avaliação, Planejamento e Programação das Ações de Controle da Tuberculose. O evento é realizado pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) e ocorrerá no auditório do Hotel Loureiro, das 8h30 às 17 horas.

A coordenadora da Área Técnica Estadual de Controle da Tuberculose, Elcenira Farias, diz que o objetivo é dar suporte técnico, atualizar e capacitar os profissionais envolvidos nas ações de promoção, prevenção e controle da doença no estado. Além disso, a oficina capacita os profissionais para monitorar a detecção de casos novos, melhorar o percentual de cura e reduzir o abandono do tratamento.

“Nossa pretensão é manter os resultados alcançados no estado em 2011, quando foram detectados 350 casos novos, desses 193 pacientes foram curados. O percentual representa 86% de cura. Esse resultado é considerado bom, acima do que é preconizado pelo Ministério da Saúde (MS), que é de 85%”, comenta Farias.

O percentual alcançado representa o êxito no tratamento e consequente diminuição da transmissão da doença, além de verificar indiretamente a qualidade da assistência aos pacientes, possibilitando o monitoramento indireto das ações do programa de controle da tuberculose nas três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com a série histórica, desde 2007 o Acre se destaca entre os Estados nas ações de controle à tuberculose, sendo o único a apresentar resultados satisfatórios. Em 2007 alcançou 90,74%, 87,90% em 2008, 91,50% em 2009, 85,94% em 2010 e 86% em 2011.

Outro ponto importante da oficina é trabalhar o fortalecimento das ações que assegure o cumprimento do tratamento e melhore os percentuais de abandono. Em 2011, 24 pacientes abandonaram o tratamento, correspondendo 7,7%. Segundo a coordenadora o resultado é considerado insatisfatório para o que é preconizado pelo MS.

“Com esses resultados é necessário trabalhar em parceria com os técnicos dos municípios para juntos buscarmos estratégias para alcançarmos resultados eficientes. O importante é que o combate à doença no estado avança continuamente, e uma das estratégias é trabalhar observando o paciente e evitar que eles abandonem o tratamento”, garante Elcenira.

Reconhecimento

Em maio deste ano, o Acre foi homenageado pelo Ministério da Saúde – durante o 5º Encontro Nacional de Tuberculose e o 2º Fórum da Parceria Brasileira contra a Tuberculose – por ter sido o único estado a alcançar valor superior a 85% no indicador proporção de cura entre os casos novos de tuberculose pulmonar bacilífera, contribuindo assim para o controle da doença no Brasil.

Entre as estratégias utilizadas no Acre para o controle da doença estão o acompanhamento das ações realizadas pelos municípios para o cumprimento das metas propostas, capacitação para os profissionais da rede de assistência, garantia da entrega de remédios e monitoramento do tratamento e identificação de área de maior incidência de tuberculose.

O que é tuberculose?

A tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo bacilo de Koch, nome dado em homenagem ao seu descobridor, o bacteriologista alemão Robert Koch, em 1882. Outras espécies de microbactérias (fungus Bacterium), como as Mycobacterium bovis, M. africanum e M. microti, também podem causar a doença, que afeta principalmente os pulmões. Órgãos como os rins, genitais, intestino delgado e ossos também podem ser comprometidos.

Apesar de todo o avanço da tecnologia e da medicina, a tuberculose é, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a maior causa de morte por doença infecciosa em adultos e mata 2 milhões de pessoas em todo o mundo a cada ano. O Brasil ocupa o 19º lugar entre os 22 responsáveis por 80% do total de casos de tuberculose no mundo.

A transmissão é direta e acontece de pessoa a pessoa por gotas de saliva contendo o agente infeccioso, sendo maior o risco de transmissão durante contatos prolongados em ambientes fechados e com pouca ventilação. Pessoas com o organismo frágil, desnutridas e mal alimentadas estão mais propícias a ser infectadas pelo bacilo. Dependendo do sistema imunológico da pessoa, constatam-se situações como eliminação da bactéria, desenvolvimento sem causar a tuberculose ou apresentar-se vários anos após a transmissão.

Sintomas

Na maioria dos casos a pessoa que foi contaminada não desconfia porque os sintomas parecem com os mesmos da gripe – tosse seca e contínua, em seguida a tosse acompanhada de secreção e com duração de mais de quatro semanas, dificuldade para dormir, cansaço exagerado, palidez, falta de apetite, rouquidão e dificuldade para respirar. Geralmente o doente procura cuidados médicos quando se depara com os sintomas mais graves – eliminação de sangue e acúmulo de pus na pleura (membranas) pulmonar.

Tratamento

O tratamento é feito com antibióticos na maioria das vezes durante seis meses. É imprescindível que este não seja interrompido – fato que pode ocorrer, principalmente, devido aos efeitos colaterais, tais como enjoos, vômitos, indisposição e mal-estar geral. As medicações são distribuídas gratuitamente pelo sistema único de saúde, através de seus postos municipais de atendimento. Uma das primeiras prevenções é a vacinação. A vacina BCG deve ser administrada em todos os recém-nascidos.

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