Representantes do Brasil, Bolívia e Peru se reuniram em Cobija nos dias 13 e 14 deste mês com o objetivo de apresentar a situação sanitária atual de cada país e traçar metas conjuntas para erradicação da febre aftosa. Na oportunidade, foi lançado o quarto ciclo da campanha de vacinação da doença na Bolívia.
A iniciativa faz parte do conjunto de atividades propostas no Plano Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa na América do Sul (PHEFA), que tem como meta a estratégia principal de implantar progressivamente a manutenção de zonas livres da doença, de acordo com as diretrizes estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
“Temos o objetivo comum de traçar ações e estratégias para fortalecer o trabalho de vigilância e prevenção da febre aftosa. Uma das nossas propostas é a uniformização das ações, para que possamos avançar com o propósito de erradicar a febre”, destacou o coordenador do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção de Febre Aftosa, Plínio Lopes.
Lopes lembrou ainda que a tranquilidade do Brasil em relação ao não surgimento de focos da doença também depende do bom andamento dos programas de defesa e sanidade animal dos países vizinhos. O Brasil, sob a coordenação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e com a participação dos serviços veterinários estaduais e do setor agroprodutivo, segue na luta contra a febre aftosa em busca de um país livre da doença.
A ideia é de que até 2020 os países da América do Sul adquiram o status de áreas livres da febre aftosa sem vacinação. “Encontros como este representam um grande salto em direção a esse propósito”, finalizou Lopes.
Para o chefe do Departamento Sanitário da Bolívia, Omar Tejerinz, a reunião auxilia na implantação e no fortalecimento do programa de vacinação do país. “Esperamos contar com o apoio do setor produtivo. Precisamos trabalhar junto por um objetivo comum. Pando já está vacinando 100% do rebanho e precisa servir de exemplo para o resto do país”, disse. Já o Peru tem 98% de seu território com o status de zona livre de aftosa sem vacinação e participou do encontro para apresentar suas experiências.
Idaf apresenta estratégias de ação durante encontro trinacional
O diretor-presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), Luiz Augusto Ribeiro, foi um dos convidados para participar dos debates durante o encontro. Ele falou das ações que o Acre desenvolve em parceria com o governo boliviano, entre as quais acompanhamento do processo de vacinação, de sorologia e de cadastramento de animais nas áreas de fronteiras. “O que nos falta, e buscamos solucionar com este encontro, são ações mais sistematizadas e uma maior aproximação e troca de informações”, enfatizou.
O Idaf é a entidade responsável por garantir a qualidade da produção animal e vegetal do Estado do Acre, assegurando os padrões de saúde pública por meio da promoção e manutenção zoofitossanitária. Desde 2003, o Acre vem conseguindo atingir a cobertura mínima de animais vacinados proposta para campanhas de vacinação, que é de 90%. Dados de 2011 revelam que o Estado atingiu mais de 98% de cobertura vacinal. Em maio deste ano, período da primeira etapa da campanha, foram imunizados mais de 97% dos rebanhos.
Novembro é mês de vacinação contra febre aftosa
A segunda etapa da vacinação dos bovinos e bubalinos contra a febre aftosa está sendo realizada neste mês de novembro em 22 Estados e no Distrito Federal. Com duração média de 30 dias, o segundo ciclo da campanha nacional de vacinação faz parte da estratégia nacional de prevenção da febre aftosa, contribuindo inclusive com a implantação e manutenção de zonas livres da doença.
Depois de adquirir as vacinas em redes credenciadas, os produtores são obrigados a declarar a vacinação em um dos escritórios do Idaf distribuídos pelos municípios acreanos. Esse documento permite a movimentação dos animais.