Histórias de superação. São assim as formaturas do Programa Especial do Ensino Médio (Peem) nos municípios acreanos. E não foi diferente em Sena Madureira e Epitaciolândia, que formou nas noites de quinta e sexta-feira da semana passada cerca de 160 jovens e adultos. Uma realização do governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE), em parceria com a Fundação Roberto Marinho, o Peem visa corrigir a distorção idade e série dos alunos da rede pública.
Este ano estarão concluindo esta etapa cerca de 1.360 jovens e adultos em seis municípios acreanos, perfazendo um total de 9.522 alunos formados desde a implantação do programa, em 2005. Pessoas como Evilândia Rodrigues da Silva, 19, que mora na Comunidade Novo Destino, no Rio Iaco, em Sena Madureira, são exemplos de superação. “Como não podia mais perder tempo, optei pelo Peem para concluir o ensino médio. Percebi que o estudo é uma porta que se abre na realização dos nossos sonhos”, revela.
Depois de 25 anos fora da escola, Mário Cesar Fogaça, acompanhado da família, estava muito feliz ao receber o certificado de conclusão do ensino médio. “Tive que interromper os estudos para buscar o sustento da minha família. Hoje me considero um vencedor. Não é fácil conciliar trabalho, família e estudo, mas com força de vontade nunca é tarde para correr atrás dos nossos objetivos. Tudo valeu a pena”, afirma.
As atividades do Peem no Acre têm contribuído para a democratização do conhecimento. A distorção idade-série na rede estadual de ensino caiu de 80%, em 2005, para atuais 30% no ensino médio. O programa tem sido utilizado para enfrentar os problemas mais frequentes no sistema educacional brasileiro, como defasagem idade-série, formação de professores, alternativa de oferta de ensino para alunos dispersos em áreas rurais e complementação curricular.
Para Francisca Reis, coordenadora-geral do Peem, as formaturas são momentos de coroação de um trabalho feito com muito esforço e dedicação. “O programa tem uma proposta pensada para jovens e adultos que permite ao aluno uma postura crítica do mundo, sendo capaz de ler a realidade social de seu tempo e de transformá-la. É também uma proposta educativa que não objetiva simplesmente a escolarização ou a inserção do aluno no mercado de trabalho, mas que esse aluno participe ativamente do processo de ensino-aprendizagem”, afirmou.
Para a coordenadora do Núcleo da Secretaria de Educação de Epitaciolândia, Rosineide Lopes, os investimentos feitos pelo governo do Estado na área da educação teê feito a diferença na vida de muitas famílias acreanas. “A história desses jovens e adultos não se acaba aqui. Hoje o Estado oferece várias alternativas que ajudam na formação profissional dos alunos que concluem o ensino médio”, revela.
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