O governador Tião Viana homenageou na tarde desta terça-feira, 19, a equipe responsável pelo laboratório de biologia molecular no Acre com ínsignas da Ordem da Estrela do Acre, em solenidade no espaço AFA Jardim.
A Fundação Mérieux e professores universitários da França e da Bahia possibilitaram, em parceria com o governo do Acre e a organização não governamental SOS Amazônia, a construção do primeiro laboratório com essa tecnologia na Amazônia, um dos mais avançados do país.
Receberam a honraria: Alain Mérieux, presidente da Fundação Merieux, e Raymundo Paraná, médico hepatologista e professor universitário da Bahia, com a Grande Ordem. François Babin, diretor da Fundação Mérieux, Cristian Trepo, professor da Universidade Claude Bernad-Lyon, da França, e Andreas Stöcker, biologista molecular, com a ísigna de Comendador.
Alain, filho de Charles Mérieux, que esteve no Brasil durante o grande surto de meningite na década de 1970 e dá nome ao laboratório no Acre, lembrou que a fundação não tem fronteiras entre países, religião ou situação econômica.
“Neste mundo tão complicado, é um privilégio podermos trabalhar com a medicina nestas regiões”, destacou Alain. A instituição está presente no Haiti, Laos, Bangladesh, Camboja, Madagascar, Mali e Líbano. No Brasil, além do Acre, apenas a Bahia foi escolhida para receber seus investimentos.
Pelo grande significado dessa parceria para o Acre, o governador Tião Viana agradeceu o feito para a saúde pública do Brasil. “Este é o maior traço civilizatório que podemos ter: a solidariedade. Sair do coração do Velho Mundo, a Europa, para a África, América Central e América do Sul, trazer uma doação generosa com esse significado intangível. Um laboratório de estudo das hepatites. Quando começamos, a hepatite B nem existia, agora nós sabemos que as fundações futuras irão se beneficiar com as possibilidades que essa unidade traz para a pesquisa”, agradeceu o governador.
Outro homenageado do dia, o médico Raymundo Paraná, um dos grandes responsáveis por essa conquista, lembrou as lutas pela saúde pública do país: “Sou de uma geração que brigou pelo fim da ditadura e pelo Sistema Único de Saúde [SUS], para o fim do apartheid na saúde pública brasileira. Hoje o SUS é o maior programa social do mundo”.
Ao receber a mais alta honraria do Estado, Paraná agradeceu ao governador e colega médico Tião Viana por poder trabalhar pelo fim da desigualdade no país. “Esta oportunidade só me fez valorizar ainda mais minha cidadania, e este laboratório é apenas o ponto de partida. Temos a responsabilidade agora de, com todas as possibilidades que o laboratório forneça, responder às questões sobre esse flagelo que são as hepatites virais na Amazônia”, disse.
