Mulheres Indígenas vão receber Casa de Produção e Cultura

O anúncio foi feito pela secretária de Políticas para as Mulheres do Acre, Concita Maia, na tarde desta quinta-feira, 11, na Assessoria Indígena, durante o 4º Encontro de Mulheres Indígenas. Estiveram presentes as lideranças indígenas, Ninawá Hunikui, Francisca Arara, Letícia Yawanawá e Miralda Apurinã, o Assessor dos Povos Indígenas, Zezinho Kaxinawá, as secretárias Estaduais de Políticas para as Mulheres (SEPMulheres), Concita Maia e de Saúde (Sesacre), Suely Melo, a coordenadora do Fórum Étnico Racial, Almerinda Cunha entre outros.

Representantes do poder público e de comunidades indígenas participam de encontro (Foto: Melissa Jares/Assessoria SEPMulheres)

Representantes do poder público e de comunidades indígenas participam de encontro (Foto: Melissa Jares/Assessoria SEPMulheres)

“Hoje é um dia especial. Dia de invocar as energias que nos dão garra para lutar, ecoando nas florestas, rios e igarapés. Dia de agradecer nossa ancestralidade. E é nesse dia especial para as mulheres indígenas que eu anuncio que até a primeira quinzena de novembro, vamos abrir, em parceria com a Assessoria Indígena, a primeira Casa de Produção e Cultura da Mulher Indígena, com equipamentos para artesanato, corte e costura entre outras atividades”, disse a secretária da SEPMulheres, Concita Maia.

De acordo com Concita esse foi um pedido feito pelas mulheres indígenas há cerca de um ano. “Foi um pedido que veio delas. Um lugar para que elas possam trocar conhecimentos e que possa contribuir com sua autonomia econômica. Na verdade, um resgate da história, das línguas”, explicou Concita. “Esse é o Projeto “Inclusão Produtiva de Mulheres Indígenas” que vai criar cinco casas de produção artesanais, com recursos do BNDES”, explicou a secretária da SEPMulheres.

Durante o evento que comemorou com um dia de antecedência o Dia Nacional das Mulheres Indígenas, que é dia 12 de outubro, a secretária de Saúde, Suely Melo falou da importância da saúde da mulher indígena. “Não estamos alheios a saúde da mulher indígena. Sabemos a importância e a partir do ano que vem, entraremos nas aldeias para falar sobre isso”, disse Suely.

Para o Assessor dos Povos Indígenas, a homenagem às mulheres indígenas e o anúncio da Casa de Produção e Cultura são mais do que merecidos. “As mulheres indígenas são de fundamental importância para nós. Elas asseguram nossas raízes, são responsáveis pela nossa cultura. Essas Casas vão levar o fortalecimento da cultura e o fortalecimento econômico para elas”, enfatizou Zezinho.

“As mulheres antes não tinham oportunidade de sentar em uma mesa para conversar sobre seus direitos. Agora tudo mudou e eles merecem”, disse Ninawá. No encontro foi possível conhecer a rotina das mulheres indígenas.

Francisca Arara mostrou uma apresentação sobre a culinária do povo Arara e Miralda Apurinã contou sua experiência como bacharel em Direito e agora cursando letras. “É importante que nós conheçamos as culturas umas das outras para darmos valor, para respeitarmos a vida”, disse líder Apurinã. “Trocar esse tipo de conhecimento, mostrar nossa cultura, nossa comida é mostrar nossa vida, nossa riqueza”, disse Francisca Arara.

Para a coordenadora do Fórum Étnico-racial, organizadora do evento, Almerinda Cunha, essa homenagem é para valorizar o que se tem. “Todos temos que saber o que está sendo feito em relação ao outro. As mulheres indígenas, os povos indígenas precisam saber que estão dentro de nossos projetos, nossas preocupações e eles querem mostrar para nós a importância de se conservar a cultura, a raiz”, explicou Almerinda.

“Ver tudo isso me dá mais força para continuar nessa luta. Me emociona e essa emoção recarrega minhas energias para irmos cada vez mais longe, sempre com os pés no chão, mas com o coração aberto”, finalizou Concita Maia.

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