A musicista Vanessa Oliveira e o grupo Capim Limão encerraram a segunda edição da Bienal da Floresta do Livro e da Leitura, no último domingo, 23, no Palco Espetacular. Além das atrações do estado, vozes de outros cantos do Brasil, do Peru e da Bolívia foram apresentadas e calorosamente recebidas pela plateia. Destaque para a tropicália de Tom Zé, o disputado show de Susana Baca e as canções de um mundo melhor da dupla Negro Y Blanco.
Se as manifestações artísticas foram um capítulo à parte, o resumo da obra diz respeito ao incentivo à leitura e à produção literária. Um esforço que a Fundação Elias Mansour (FEM), por meio do Departamento Estadual do Livro e da Leitura (Dell), tem buscado intensificar com a “Política do Livro e da Leitura” em todo o Acre. “O objetivo foi cumprido. Principalmente porque conseguimos a participação dos jovens e de muitas escolas”, comenta Helena Carloni, chefe do Dell, que coordenou o evento.
A ideia de integração funcionou não apenas de fora para dentro. Com a Bolívia e o Peru chegando, era preciso promover uma vivência em conjunto. Trazer os municípios para perto. Estudantes de Plácido de Castro, Porto Acre, Sena Madureira, Senador Guiomard e da zona rural responderam ao convite e compareceram. Nesse caso, não só a bonita relação das crianças com os livros tornou-se motivo para fotografias. As oficinas de cultura digital, na Tenda Bolha, também chamaram, e muito, a atenção de quem veio de longe para aprender mais.
De acordo com os organizadores, a Bienal recebeu 39 mil alunos da rede pública de ensino. Uma relação fortalecida, principalmente, pela “Vitrine de Leitura”. Uma ação reservada para a mostra de projetos exitosos de incentivo à leitura nas escolas. Lá, estudantes, professores e diretores tornavam-se os protagonistas de suas histórias, cantadas e contadas em rima, prosa e verso para todo mundo ver e ouvir.
No quantitativo geral, a estimativa é de que 150 mil pessoas circularam pelos ambientes montados no Novo Mercado Velho. Movimentação que acendeu o otimismo dos 60 expositores da Calçada Literária. Com muita gente indo e vindo, a meta de vendas foi alcançada. Organização, estrutura, programação e a participação de escritores nos “Encontros Literários” são os fatores citados pelos livreiros para explicar o bom rendimento.
“Ficamos surpresos com o número de público, foi mais do que esperávamos. Quanto às vendas, também foram ótimas! Tudo dentro das nossas expectativas. A Bienal ajuda a levar mais gente para as livrarias e uma prova disso é que, agora mesmo, tenho pelo menos uns 50 livros encomendados para clientes que fiz por lá”, disse o empresário Manoel Paim.
A fronteira esteve aberta para a cultura e o conhecimento de 14 a 23 de setembro. O público, também aberto a saborear o novo, articulou-se para que as veredas literárias entre o Brasil, o Peru e a Bolívia se tornassem uma coisa só. “Agora o caminho da integração está se alargando e não tem mais volta. E, se o crescimento é involuntário à nossa vontade, então que cresçamos latinos, ‘hermanos’ e, sobretudo, amigos”, comenta Francis Mary Alves, diretora-presidente da FEM.
A Bienal da Floresta do Livro e da Leitura é um projeto realizado pelo governo do estado, por meio da FEM, e contou com o patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Petrobras e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifac).
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