Sérgio de Carvalho lança Noites Alienígenas na 2ª Bienal neste sábado

O documentarista e escritor Sérgio de Carvalho lançará o seu livro “Noites Alienígenas”, pela editora Pindaíba, na 2ª Bienal da Floresta do Livro e da Leitura neste sábado, 22, às 20h, no estande de Autores Independentes. A obra foi financiada pelo Prêmio Garibaldi Brasil 2010, na categoria Romance. A capa é da fotógrafa Talita Oliveira, com produção de Bruna Guedes, e a arte gráfica e design foram criados pelo publicitário Janu Schwab.

 

O documentarista Sérgio de Carvalho (direita) com o historiador Marcos Vinícius Neves (Foto: Divulgação)

O documentarista Sérgio de Carvalho (D) com o historiador Marcos Vinícius Neves (Foto: Divulgação)

O enredo mostra três noites distintas em que as personagens principais se envolvem com a violência urbana e ainda uma série de problemas, como a dependência química, o preconceito religioso e sexual. “Eu acho que é um assunto que deve estar em pauta com urgência, discutido sem moralismo, com toda a complexidade que o tema pede”, explica o autor.

 

O romance, escrito com base na experiência do autor com a linguagem do cinema, ganha uma nova dimensão na hora da leitura porque rompe os padrões tradicionais. Nada proposital, mas o historiador Marcos Vinícius Neves comenta (em tom de brincadeira) que, na verdade, a obra é uma grande mentira.

“Eu simplesmente não conseguia parar de ler e chegou um certo ponto que eu não conseguia mais ver como um livro. Para mim era um filme. Ele conseguiu, de alguma maneira misteriosa, o que eu queria muito aprender: fazer um livro em forma de filme. Vale muito a pena ler!”, comenta.

O leitor vai encontrar referências de personalidades bem conhecidas no estado, como os jornalistas Toinho Alves e Lenilda Cavalcante. Outras não chegam a ser identificadas pelo nome ou até ganham uma nova identidade, mas é só prestar atenção nas entrelinhas para descobrir quem é quem. Uma espécie de homenagem.

A obra

Durante três dias pela periferia de Rio Branco, o leitor de “Noites Alienígenas” mergulha num ambiente onde casas simples escondem um cotidiano intrincado, em que cada decisão e cada palavra têm o poder de decidir a vida ou a morte, com uma pitada de realismo fantástico. Complexos, os personagens fogem tanto do arquétipo de herói quanto do estereótipo de vítimas. São pessoas de carne e osso, enredados na trama obscura do sedutor e perigoso universo da dependência química.

A narrativa seca, aos poucos, revela os meandros desse labirinto. Família e sociedade estão envolvidas na jornada quase sempre desastrosa dos jovens personagens. Evitar o final trágico exige a coragem de não lavar as mãos, por mais distante que o problema pareça estar. Tudo isso em pessoas que, por serem usuárias de drogas, tornam-se marginalizadas pela sociedade como se fossem alienígenas.

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