O I Workshop Internacional de Transplantes de Fígado e Rim teve início na segunda-feira, 20, e se estende até este sábado, 25, com aulas teóricas e práticas, no Hospital das Clínicas do Acre (HC), em Rio Branco.
O grupo de mais de cem profissionais foi dividido em três turmas e as aulas são ministradas pela enfermeira norte-americana Lia Marie Barros, da Universidade de Washington. O evento está focado em assuntos específicos para o profissional de enfermagem que cuida de pacientes antes, durante e após transplantes de fígado e rim, como prevenção de infecções, uso de cateteres e técnicas de reanimação do pacientes.
Lia Marie explica que, após passar as informações, demonstra as técnicas, visando maior aprendizado. “O que fazemos é, na verdade, um aprimoramento do que já é realizado aqui no hospital. A turma é animada, muito interessada e tem muitas perguntas”, disse a enfermeira.
Para a estudante do último semestre de enfermagem Renata Vital, as aulas possibilitam um treinamento fundamental para os profissionais que trabalham diretamente na área. “Para quem já tem contato com os transplantes é muito importante esse evento, porque os enfermeiros normalmente trabalham em regime de plantão e o paciente passa pelos cuidados de todos. Por meio de iniciativas como essa, abrem-se novas oportunidades até de emprego, pois o Estado tem grande carência de enfermeiros capacitados na área”, avalia.
O governo do Estado deu todo o suporte financeiro para a realização do evento e contou com a colaboração do médico Tércio Genzini, cirurgião do aparelho digestivo que atua nos hospitais Bandeirantes e Beneficência Portuguesa, em São Paulo, e que já tem uma longa parceria com o Hospital das Clínicas na realização dos transplantes de rim. “Talvez o Acre seja o Estado do Norte mais preparado, hoje, para o transplante de fígado. Procuramos trazer para o workshop todos os processos que envolvem um transplante, desde a identificação de um doador até os cuidados pós-operatórios”, diz Genzini.
O Acre já fez 38 transplantes de rim e hoje há 15 pacientes na fila de espera. Há 36 pacientes esperando por um fígado. As doações podem vir tanto do Estado como do cadastro nacional.
“Nós já temos experiência no pré-operatório e no pós-operatório de transplante de fígado, sempre cuidamos do paciente antes de ele viajar para a cirurgia e depois o recebemos de volta para continuar o tratamento. Agora chegou a hora de realizarmos também o transplante, ação que deve começar até o fim do ano”, diz a secretária de Estado de Saúde, Suely Melo.
