ISE faz parcerias para melhorar o atendimento aos adolescentes em medidas socioeducativas

Adolescente em medida socioeducativa de semiliberdade conseguiu estágio de frentista através de curso profissionalizante (Foto: Assessoria ISE)

Adolescente em medida socioeducativa de semiliberdade conseguiu estágio de frentista através de curso profissionalizante (Foto: Assessoria ISE)

O Instituto Socioeducativo do Acre (ISE) é o responsável pela execução das medidas socioeducativas no Estado. No entanto, para que a socioeducação aconteça com eficiência, é necessário um conjunto de parcerias com outros órgãos, secretarias e empresas, para que o adolescente privado de liberdade tenha acesso à educação, esporte, lazer e cultura.

Apostar na ressocialização de adolescentes em conflito com a lei ainda é um desafio para muitos empresários e também para a sociedade. Aceitar a mudança de um jovem, que já cometeu ato infracional, é ainda um passo que a humanidade dá com pouca rapidez.

Quebrando esse paradigma, alguns exemplos de parceiros têm feito muita diferença na vida de adolescentes em conflito com a lei, com a oferta de cursos, garantindo assim uma nova perspectiva de vida.

Neste mês de agosto, o ISE fechou parceria com o Sest/Senat e garantiu aos adolescentes em medida de semiliberdade, no Centro Socioeducativo Acre, vaga em cursos de profissionalização. Essa parceria já rende bons frutos à socioeducação. Prova disso é que um dos adolescentes contemplados com o curso de frentista atualmente mantém um estágio em um posto de combustível, em Rio Branco.

Diretor do CS Acre, Walderlan Lima, diretor do SestSenat, Josimar Coelho, e a diretora da Casa de Semiliberdade Reviver, Idma Biggi (Foto: Assessoria ISE)

Diretor do CS Acre, Walderlan Lima, diretor do SestSenat, Josimar Coelho, e a diretora da Casa de Semiliberdade Reviver, Idma Biggi (Foto: Assessoria ISE)

De acordo com o diretor do CS Acre, Walderlan Lima, esse adolescente havia saído havia meses da unidade sem o consentimento da Justiça. Há alguns meses, esse adolescente se apresentou por conta própria no CS e pediu para concluir sua medida. Vendo a vontade de mudar do socioeducando, Lima agilizou a participação dele no curso de frentista. O jovem, que já teve onze overdoses, garante querer seguir um rumo diferente.

“Eu quase morro por causa da droga. Tive overdose onze vezes e da última vez cheguei muito perto da morte. Vi a minha mãe chorando, e esse foi o pior momento da minha vida”, recorda. O rapaz tem três filhos e assumiu mais dois com a atual esposa. Sabe que para conseguir o sustento da casa serão precisos muito sacrifício e trabalho. Hoje, ele entende que as drogas só degradam a vida.

O jovem percebe na oportunidade de se qualificar profissionalmente um meio de reconquistar o respeito da família e da sociedade. “O melhor momento da minha vida está sendo agora, este aqui, porque estou tendo uma oportunidade inédita. Alguns pensam que agora a vida acabou, já eu penso diferente: agora é que está começando, pois estou construindo uma história de verdade”, disse

Para o diretor do Sest/Senat, Josimar Coelho, a oportunidade oferecida pode gerar nos adolescentes um sentimento multiplicador de boas ações. “A área de educação profissional é muito importante. Sei que através dessa ação estamos tirando pessoas da criminalidade, abrindo portas. Acho que todo mundo devia pensar por esse lado”, afirma.

O frentista que acompanha o desempenho do adolescente em medida socioeducativa, Edvan do Monte Silva, está satisfeito com o trabalho do jovem. Ele conta que no início tinha preconceito, mas a convivência o fez pensar diferente.

“Ele surpreendeu por ser muito esforçado e curioso. Eu tinha o péssimo costume de julgar as pessoas antes de conhecer, e foi bom trabalhar com ele, porque a partir daí tive uma nova ideia do que é uma pessoa que está se socioeducando e disposto a mudar. E a gente vê que ele quer mudar, quer aprender, e isso faz toda a diferença”, afirma.

Para o presidente do ISE, Henrique Corinto, essa parceria precisa se estender a outros empresários e órgãos. “Em todo o Estado, o ISE busca fazer novos parceiros, e é isso faz a grande diferença nas medidas. No CS Feijó, por exemplo, a maioria das atividades de lazer e cultura é oriunda de parcerias. Dessa forma, é mais provável transformar o Acre em um lugar melhor para viver”, explica.

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