Mais uma conquista no avanço educacional do Estado foi alcançada na última terça-feira, 14, com a divulgação dos resultados de 2011 do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). No Acre, as metas propostas pelo Ministério da Educação (MEC) foram superadas graças ao aumento dos índices de avaliação dos anos iniciais do ensino fundamental, passando de 4,3 para 4,5. O crescimento também foi registrado nos anos finais do mesmo ensino – de 4,1 para 4,2.
Assim como no restante do país, uma pequena queda foi registrada nas notas do ensino médio, que passou de 3,5 para 3,3. De acordo com dados do MEC, apesar das pequenas oscilações negativas, os alunos de ensino médio da rede pública conseguiram alcançar a meta projetada.
Nos anos iniciais do ensino fundamental, comprova-se o percentual positivo quando se avaliam todos os índices anteriores: o Acre tem Ideb superior ao total de toda a Região Norte desde 2005. No ensino médio, o crescimento vem sendo registrado ao longo dos últimos seis anos – em 2005, foi de 3,4, passando para 3,6 em 2009.
Além de superar os índices gerais da Região Norte nos anos iniciais do ensino fundamental, também ocorre superação quando são comparados os índices de toda a rede estadual acreana com os índices totais da Região Norte.
Sobre o Ideb
Criado em 2007 com o objetivo de avaliar a qualidade da educação oferecida pelos sistemas nacional, estaduais e municipais, o Ideb foi definido a partir de indicadores de rendimento escolar (aprovação) e de desempenho (proficiência) medidos por avaliações de larga escala, como a Prova Brasil e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
O desenvolvimento do índice usa como base o desempenho nas disciplinas de língua portuguesa e matemática dos alunos no fim do 5º e 9º anos do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio. A partir desses dados, constrói-se uma escala de 0 a 10 para definir a posição do índice de desempenho, números que vêm mostrando a melhora do setor educacional acreano há mais de uma década.
Situação educacional do Acre em 1999
Em 1999, a Educação no Estado se encontrava com pagamento dos servidores públicos atrasado, condições precárias das escolas e a quase ausência de materiais e recursos didático-pedagógicos, quadro que necessitava de urgente reversão. E foi esse o desafio colocado para Secretaria de Estado de Educação (SEE), que vem desde então priorizando as resoluções para os problemas emergenciais vigentes no Acre.
Entre planos de curto, médio e longo prazos, as principais ações da SEE foram de buscar valorização profissional, ampliando o percentual de professores que possuíam ensino superior de 27% em 1999 para 98% em 2012 e a implementação do Plano de Cargos Carreiras e Remuneração (PCCR), com sucessivos reajustes salariais – ao longo de 13 anos o salário inicial de R$ 404 passou para R$ 2.010, um aumento de 497%.
Entre outras medidas, também se destacam:
– Fortalecimento das políticas de Gestão Escolar, unindo SEE, equipe escolar e comunidade.
– Avaliações do Sistema Estadual de Avaliação da Educação Básica (Seape), que desde 2009 realiza avaliação externa de larga escala com os alunos das redes municipais e estaduais.
– Redução do índice de analfabetismo, passando de 24,5% da população acima de 15 anos, no ano de 2000, para 16,5% em 2010.
– Redução da distorção idade-série (defasagem idade-ano), que era de 50% no ensino fundamental, em 1999, para 28% em 2011.
Segundo o secretário Daniel Zen, “os resultados da rede estadual têm superado de 2007 a 2011 as projeções designadas pelo MEC. Com todos os índices e números apontados, temos que continuar mantendo o legado obtido pela educação até aqui e apresentar inovações para tornar o ensino cada vez mais atraente e de qualidade”, explicou.
Os resultados de 2011
Em relação ao ano de 2009, os resultados obtidos pela rede pública estadual de educação básica nas avaliações externas realizadas pelo MEC no ano de 2011 demonstram que:
– Nas séries iniciais e finais do ensino fundamental, os resultados demonstram um aumento no crescimento e evolução positiva de desempenho tanto em língua portuguesa quanto em matemática.
– Em relação ao ensino médio, as médias de desempenho em língua portuguesa e matemática apresentaram uma pequena queda de dois décimos em 2011, que também ocorreu em grande parte das redes estaduais de ensino dos demais Estados brasileiros.
Das duas informações, podem-se extrair resultados positivos relativos ao ensino fundamental, que, ao longo dos anos, tem sua média em constante crescimento no Acre. E, mesmo com a queda, os números do índice referentes ao ensino médio continuam dentro dos planos previstos para 2011.
Josenir Calixto, diretor de Ensino da SEE, esclarece que “os aumentos e decréscimos exigem de todos os educadores uma análise profunda para que se tomem as medidas necessárias. Dentro dessa análise, iremos focar aspectos que, comprovadamente, contribuem para o rendimento e desempenho positivo do aluno”.
E as boas informações continuam quando avaliados todos os Estados componentes da Região Norte. De acordo com comparativos da rede estadual de ensino, o Estado do Acre foi o que apresentou, em 2011, o maior índice do Ideb, com 4,2 pontos alcançados.
Próximos passos da Educação
Lembrando que a qualidade da aprendizagem dos alunos depende de um conjunto de fatores interrelacionados, como a qualidade da formação inicial dos professores e o acesso à cultura e ao conhecimento, existem situações em todo o país que ainda precisam ser ultrapassadas, como a atual falta de professores na área das ciências exatas e novas formas de despertar o interesse dos alunos, principalmente de ensino médio.
No Acre, entre as principais medidas em execução, está o Plano de Alfabetização e Elevação da Escolaridade de Jovens e Adultos, lançado este ano, e que irá buscar reduzir, nos próximos três anos, a atual taxa de analfabetismo do Acre (16,5% da população acima de 15 anos) para um só dígito, com todas as quase mil turmas da alfabetização de adultos que já exercem suas atividades em todos os municípios.
Outras medidas destacadas são:
– Complemento da 5ª hora na carga horária no 6º ao 9º ano e no ensino médio.
– Conclusão da Instrução Normativa que regulamenta o exercício da função de coordenador pedagógico.
– Normatização das rotinas pedagógicas, com regulamentação da hora/atividade.
– Continuação da política de unificação do acompanhamento das equipes da SEE nas escolas.
E os resultados das ações executadas até agora já podem ser comprovados na posição de 2011 do Acre no ranking nacional do Ideb, em que ocupa a 5ª posição (anos iniciais do ensino fundamental) dentro da lista classificatória, superando Estados conhecidos pela oferta de qualidade educacional e projetos de incentivo à continuidade escolar, como Pará, Goiás e Distrito Federal.
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