Adolescentes em medidas socioeducativas realizam Feira de Conhecimento

 

 Feira desperta sonhos e revela talentos entre jovens em medidas socioeducativas (Foto: Assessoria ISE)

Feira desperta sonhos e revela talentos entre jovens em medidas socioeducativas (Foto: Assessoria ISE)

O Instituto Socioeducativo do Acre (ISE), através da equipe do Centro Socioeducativo (CS) Mocinha Magalhães, unidade feminina de Rio Branco, realizou nesta terça-feira, 8, a I Feira de Conhecimento da Escola Darquinho, cujo tema era “Essa é a Nossa História”. Com os assuntos bem abordados, as adolescentes em conflito com a lei mostraram que a escola pode apontar novos horizontes e transformar vidas.

 

A Escola Darquinho é responsável pela escolarização dos adolescentes cumpridores de medidas socioeducativas de internação em Rio Branco. Ao serem sentenciados pelo ato infracional cometido, esses jovens perdem a liberdade, no entanto, todos os outros direitos devem permanecer.

Dessa forma, atividades como a Feira de Conhecimento garantem ao adolescente em medida socioeducativa uma oportunidade para expor seus talentos.

A História do Acre foi o principal tema abordado, dando destaque para a Revolução Acreana. Assuntos polêmicos como gravidez na adolescência também foram explorados.

Para que a Feira de Conhecimento pudesse acontecer, foram necessários dias de planejamento da equipe pedagógica do CS Mocinha Magalhães. Os professores são apontados pelas adolescentes como os heróis desse trabalho.

“As meninas se saíram muito bem e cumpriram um dos objetivos, que era mostrar a capacidade de cada uma. O resultado foi satisfatório”, elogiou a coordenadora pedagógica Marilândia de Araújo Neri.

De acordo com o presidente do ISE, Henrique Corinto, a Feira é um projeto que auxilia na socioeducação de muitos adolescentes. “Dentro do sistema escolar são desenvolvidas diversas atividades, que contribuem na formação desses jovens. O resultado é percebido no comportamento rotineiro na unidade. A equipe do CS Mocinha Magalhães está de parabéns pelo esforço e dedicação”, elogiou Corinto.

“O grande desafio foi sentar com elas e fazê-las perceber a importância do que é realizar uma feira desse nível. Após uma reunião, as adolescentes agarraram a responsabilidade de forma admirável. Tudo isso despertou nelas sonhos”, revela a diretora do CS Mocinha Magalhães, Ronnymar Matos.

Sonhos não morrem

Sonhar pode parecer comum para quem tem a liberdade a seu dispor, mas, enquanto se cumprem medidas atrás dos muros de um Centro Socioeducativo, fica difícil imaginar uma mudança de vida.

Uma das adolescentes que participou do evento também já pensou um dia que não existia outra saída senão o mundo da criminalidade.

“Nos primeiros meses eu tinha muitos pesadelos e pensava que ao sair daqui seria pior. Mas a equipe do Mocinha Magalhães me ajudou muito. Hoje, todas as oportunidades que vão surgindo eu agarro, não porque vai ficar bonito no relatório, mas porque quero melhorar. Agora me vejo como um pessoa estruturada e com sonhos, pois sei que tenho um lugar no mundo”, expõe a jovem, que foi um dos maiores destaques durante as apresentações da Feira de Conhecimento.

A adolescente também desabafa quando o assunto é referente à imagem que a sociedade tem delas. “As pessoas lá fora pensam que, por nós termos cometido o ato infracional, não temos estrutura psicológica para fazer as coisas. Por isso mesmo a gente queria realizar essa feira, para mostrar a essas pessoas que somos capazes. E já estão nos meus planos fazer o Enem e passar para Direito. Depois vou correr atrás de outro sonho, que é ser jornalista”, disse.

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