O mês de janeiro encerrou com o volume de chuvas abaixo da média prevista. Normalmente o período é chuvoso e, portanto, apresenta elevação no nível dos principais rios do estado. Com a mudança do quadro climático, o nível dos mananciais manteve-se inferior ao esperado para esse período.
O Rio Acre, por exemplo, chegou a 3,57 metros, em Rio Branco, dia 8 de janeiro. No mesmo dia, ano passado, as águas atingiam uma marca de 10,06 metros e em 2014, chegou a 7,32 metros. A última vez em que o rio apresentou números tão baixos, para a época, foi em 2011, quando o estado registrou uma alagação tardia, ocorrida em abril.
O quadro pode mudar nesta primeira semana de fevereiro, pelo menos até o dia 7. De acordo com o monitoramento realizado pela Unidade de Situação Meteorológica do Acre, há possibilidade de chuvas acima de 100 mm, em Rio Branco, Porto Acre, Sena Madureira, Tarauacá e Assis Brasil, nos próximos dias. O esperado para o mês é de 282,4 mm. Mesmo que o volume de chuvas ocorra dentro do previsto, a coordenadora da unidade, Vera Reis, ressalta que o governo está sempre em alerta.
“Temos rios que respondem muito rápido à condição das chuvas, como é o caso daqueles da região de Tarauacá e do Purus. Independente das condições climáticas estarem diferentes nesse início de ano, estamos sempre monitorando e acompanhando cada alteração no ciclo de chuvas e no nível dos rios”, explica.
Vera chama a atenção também para a condição do solo nesta época do ano. “Agora o solo já está encharcado. Isso significa que quando chover não teremos mais a absorção da água e sim o escoamento, que já pode influenciar no nível dos rios”, afirma.
Monitoramento constante
Há sete anos consecutivos, o estado tem registrado a ocorrência de inundações, em nove municípios. Como parte da política de adaptação às mudanças climáticas, o governo do estado, por meio da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), firmou convênio com a Agência Nacional de Águas (ANA) para implementação da Unidade de Situação Meteorológica.
A unidade conta com 32 plataformas de coleta de dados (PCD) distribuídas em todas as regionais, monitorando e emitindo alertas de 15 em 15 minutos. O TERRA MA2, como é chamado o sistema de alerta, lança avisos de acordo com o padrão de cada rio e o volume de chuvas, sempre que ocorre alguma mudança. Além das principais informações, os alertas classificam a situação de cada localidade como: estado de observação, atenção, alerta e alerta máximo.
O governo também firmou parceria com o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) para auxílio no desenvolvimento de um modelo hidrológico de suporte para o sistema de alerta a inundações e incêndios florestais.