Nas instalações da Expoacre, trabalhadores se apressam na finalização da construção e montagem do espaço que será destinado à apresentação dos principais programas desenvolvidos pelo governo do Estado no setor produtivo. O visitante poderá entender todo o processo, do manejo à comercialização, de nove atividades produtivas. São elas: ovinocultura, piscicultura, manejo de fauna (animais silvestres), pecuária leiteira, suinocultura, mandiocultura, amendoim e horticultura. Além disso, a Secretaria de Produção do Acre (Seaprof) apresentará máquinas e implementos agrícolas.
Tanques com variedades de peixes, rebanho leiteiro, ovelhas e carneiros, suínos, paca, cateto e capivara, casa de produção de farinha, estufa para produção de hortaliças, amendoim, enfim, itens que são produzidos na região, estarão em exposição também para comercialização. Compartilham o mesmo espaço instituições de ensino e de pesquisas tecnológicas, expondo a produção acadêmica, de pesquisa e cursos.
Diante de tanta movimentação, o Instituto de Mudanças Climáticas (IMC) inova com pesquisa que resultará em inventário da poluição emitida durante o evento.
Plantio de árvores vai compensar emissão de gases de efeito estufa na Expoacre
Os realizadores da Expoacre – Feira de Negócios deste ano irão plantar mudas de árvores na Bacia do Rio Acre para compensar as emissões do gás CO2 (dióxido de carbono), NO3 (óxido nitroso), CH4 (metano) e resíduos sólidos gerados durante o evento, que será realizado entre 21 e 29 próximos na capital do Estado.
A iniciativa de compensar a emissão de gases e resíduos sólidos à atmosfera tem a finalidade de contribuir para reverter o processo de aquecimento global, além de incentivar boas práticas de sustentabilidade. Os resíduos sólidos inorgânicos gerados serão encaminhados para reciclagem. O inventário está sendo feito pelas engenheiras florestais Calina Ferreira Maranhão, Livia Maria Sampaio de Souza, Kaline Rossi, Suzirene Nascimento e o engenheiro agrônomo Luiz Fernando Nascimento, todos do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC).
Segundo os técnicos, ao final do evento será apresentado um relatório com o inventário da poluição emitida, como as toneladas de CO2, material orgânico e inorgânico, junto com o consumo de energia elétrica.
Os dados para a estimativa resultam da respiração humana, da queima dos combustíveis fósseis utilizados para deslocamento dos participantes (gasolina, etanol), do consumo de energia elétrica, de gás de cozinha, efluentes (banheiros químicos), fezes de animais e resíduos sólidos.
Segundo informações do IMC, é possível neutralizar parte das emissões de carbono através do plantio de árvores, compensando parte da atividade com a quantidade de carbono capturado pelas árvores, em média uma tonelada a cada seis árvores plantadas. O plantio das mudas faz parte do Programa de Recuperação da Bacia do Rio Acre.
Torneio provará sucesso de Programa de Incentivo da Pecuária Leiteira
A preparação dos 13 animais que participarão do torneio leiteiro vai até terça-feira, quarto dia de Expoacre. No quinto dia, quarta-feira, começam as ordenhas duas vezes ao dia. No sábado será anunciado o nome da vaca ganhadora. Quem conta é o médico veterinário Francisco Dantas, coordenador do Programa de Incentivo da Pecuária Leiteira, desenvolvido pela Secretaria de Agropecuária (Seap).
Segundo Dantas, os animais que participarão do torneio foram adquiridos por meio de programa do governo do estado. Serão distribuídos R$ 6 mil em prêmios aos cinco primeiros colocados, além de medalhas e brindes. Parte do leite ordenhado durante o período do concurso será industrializado pela cooperativa de produtores Coopel e doados a entidades socioassistenciais.
A surpresa ficará por conta de um queijo gigante, com cerca de 20 quilos, fabricado com a outra parte do leite e que será destinado à degustação no dia da festa de premiação. A previsão é que o animal vencedor forneça 22 litros de leite ao dia.
Instituições de ensino são parceiras do setor produtivo
Instituições de ensino, pesquisa e extensão estão juntas com o setor produtivo agrícola na Expoacre. A geração de conhecimento deve estar aliada à formulação de políticas públicas, segundo o secretário de Produção, Lourival Marques. Embrapa Acre, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Instituto Federal do Acre (Ifac) e Sebrae são algumas das entidades que apresentam os resultados de sua área de atuação.
As representações irão expor sua produção na área de pesquisa e os projetos desenvolvidos na extensão. A área do ensino também terá espaço para divulgação dos cursos ofertados.
Pela diversidade dos materiais expostos, essas instituições têm amplo público-alvo, desde alunos e professores de escolas até alunos, professores e pesquisadores de estabelecimentos de ensino superior, bem como a comunidade em geral.
Suinocultores apostam na expansão dos negócios
O que começou de forma isolada agora está sendo concentrado em uma cooperativa de produtores de suínos, a Suinac. Já são 37 cooperados, responsáveis pela oferta de 5 toneladas de carne suína destinada para a merenda escolar em 85 escolas da capital do Acre.
Segundo o presidente da Suinac, Tommaso Solito, trata-se de uma atividade em expansão e com mercado garantido. São animais geneticamente melhorados, os chamados suínos ligth. Na feira, serão expostos 20 animais.
Gladio Gadelha Cavalcante tem experiência de 17 anos na criação desse rebanho. O suinocultor garante a qualidade da carne que hoje recebe elogios por oferecer até 30% menos colesterol e não possuir gordura saturada.
O governador Tião Viana anunciou apoio e suporte técnico aos cooperados da Suinac. O objetivo é expandir o mercado. Uma das ações é levar capacitação para os criadores de suínos para que possam entrar no ritmo de escala industrial.
Programa de governo distribui ovelhas e carneiros e produtores têm mais uma fonte de renda
Criadores acreanos e também de São Paulo, Rondônia, Bahia e Sergipe participam da Expoacre, apresentando 400 animais de elite. Segundo o médico veterinário Alan Palu, da Seap, o mercado é crescente e conta com o apoio do governo, que está distribuindo matrizes reprodutoras.
Serão entregues até 2014 oito mil animais, beneficiando 600 famílias. Segundo Palu, já está em andamento o projeto da segunda etapa do programa de ovinocultura, que vai oferecer mais 12 mil ovelhas, beneficiando 1.500 famílias. Até agora foram entregues 3.290 animais para 330 produtores, que são selecionados por busca ativa ou auxílio de associações de produtores.
Os produtores se comprometem a devolver, no prazo de até dois anos, a mesma quantidade de animais que receberam. Todos os produtores beneficiados passam por um treinamento, um curso básico de manejo e recebem assistência técnica.