A governadora em exercício Nazareth Araújo entregou nesta quinta-feira, 10, o IV Prêmio Estadual de Direitos Humanos, em Rio Branco. A premiação leva em consideração os trabalhos que se destacaram na promoção e na defesa dos Direitos Humanos no Acre.
Na categoria pessoa física, o vencedor foi o sertanista José Carlos Reis Meirelles, pelo trabalho com os povos indígenas do Brasil. A jornalista e filha do indigenista, Maria Meirelles, representou e recebeu a premiação de Meirelles, que está participando de uma reunião com o governo peruano. Ela leu uma carta de agradecimento escrita pelo pai.
“Agradeço a honraria a mim concedida, e por dever de ofício, repasso-a a estes incríveis índios isolados que ainda resistem ao alvorecer do século XXI”, dizia a carta.
Na categoria pessoa jurídica, houve empate entre a Central de Articulação das Entidades de Saúde (Cades) e o Educandário Santa Margarida. Os conselheiros decidiram então homenagear as duas instituições pelos bons trabalhos prestados ao povo acreano.
“Nós estamos vivendo um novo momento e resgatando essa história de 73 anos do educandário. Receber este prêmio é muito importante, e nós ficamos muito felizes”, disse Rita Batista, diretora-presidente do Educandário Santa Margarida.
Verônica Loureiro, fundadora da Cades, agradeceu pela premiação. “Esse prêmio vem honrar o trabalho de 12 anos da Cades em prol das entidades filiadas, que prestam um trabalho árduo nas comunidades em favor dos direitos humanos. Quando acolhem cada pessoa, eles estão garantindo seus direitos, seja na área da saúde ou social”, destacou.
Nazareth Araújo ressaltou a importância do prêmio e o trabalho realizado pela secretaria. “A gente tem muito orgulho do trabalho da Secretaria de Direitos Humanos do Estado. É um prazer reconhecer pessoas que fazem os direitos humanos acontecerem. Parabéns a todos aqueles que lutam e fazem, no seu cotidiano, a melhoria de vida das pessoas, onde quer que elas se encontrem”, disse.
Mais sobre os premiados
José Carlos dos Reis Meirelles, 67, nasceu em 30 de abril de 1948, em São Paulo. Cursou até o terceiro ano de Engenharia na Universidade de São Paulo (USP). Largou tudo para trabalhar com os povos indígenas do Brasil.
Em 1970, por meio de concurso público, ingressou na Fundação Nacional do Índio (Funai). Entre as ações que já desempenhou na área, destaca-se sua participação, em 2014, nos primeiros contatos com os índios isolados do Xinane ou Sapanaua, no Acre.
O Educandário Santa Margarida é uma entidade filantrópica sediada em Rio Branco. Atuando há 73 anos como entidade de acolhimento para crianças, o educandário foi criado para atender filhos sadios dos hansenianos, confinados na Vila Santa Cecília, entidade mantida pela prelazia do Alto Acre e Purus.
A Central de Articulação das Entidades da Saúde (Cades) foi criada em 2013, com a finalidade de unir e fortalecer as entidades, sem fins lucrativos, que atuam na área de saúde e que lutam pela consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, o Cades congrega 35 entidades e oferece suporte administrativo, econômico e orientação para suas filiadas.
