Em oito meses, Peixes da Amazônia quadruplica processamento de pescado

Em funcionamento desde abril deste ano, o frigorífico do complexo de piscicultura Peixes da Amazônia S.A. conquista uma marca grandiosa: em menos de oito meses, foi capaz de quadruplicar sua produção.

O resultado surpreende até mesmo os administradores do complexo, que esperavam resultados de negócios semelhantes a esse quadro apenas para o junho de 2016.

Se em abril deste ano, a produção diária de filetado e peixes congelados inteiros do frigorífico da Peixes da Amazônia era de 2.500 kg por dia. Hoje a produção saltou para 8.500 kg por dia de pescado.

Os números de contratações também são animadores. Em abril eram 26 trabalhadores no frigorífico, já em novembro foram registrados 62. “E nossa previsão para dezembro é de contratar pelo menos mais 19”, conta Jair Bataline, gerente de operação do frigorífico.

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O complexo de piscicultura do Acre nasceu como um sonho de aliar desenvolvimento econômico e social à preservação ambiental. Formado por um centro de alevinagem, uma fábrica de ração e o frigorífico de pescado, é o complexo mais moderno do Brasil construído por meio de parceria público-privado-comunitária, por incentivo do governador Tião Viana. Com seu funcionamento integral, a Peixes da Amazônia passa a caminhar a passos largos.

Contratos e mais contratos

Um dos últimos grandes negócios fechados pela Peixes da Amazônia foi com o grupo Pão de Açúcar. Membros do grupo estiveram no Acre e conheceram todo o projeto de piscicultura do estado, desde o complexo, às fazendas de engorda. Foi o suficiente para se criar uma confiança e o Pão de Açúcar colocar a Peixes da Amazônia em seu portfólio de clientes.

As entregas começaram e o peixe acreano passou a ser tão admirado, que da primeira para a segunda remessa de pescado houve um aumento de 30% no volume. E da segunda remessa para terceira o aumento foi de 50%, totalizando nove toneladas por semana para o grupo Pão de Açúcar.

A Peixes da Amazônia também tem fornecido para os mercados de Fortaleza, São Paulo e Brasília, além do mercado interno acreano. Se há alguns meses apenas uma rede de supermercados vendia cortes do complexo de piscicultura em Rio Branco, hoje são três, além de quatro redes de restaurantes e cozinhas industriais.

“Nós temos garantia de entrega, volume e qualidade ao nível que os grandes mercados precisam. As entregas têm aumentado e estamos nos estruturando para manter todas as demandas que aparecem. São novos parceiros, mais alevinos, mais ração e mais capacitação de pessoal”, explica Jair.

A alta tecnologia empregada na produção

A Fazenda Palo Verde é uma das que tem investido em novas tecnologias e técnicas de produção para aprimorar o peixe acreano (Foto: Gleilson Miranda/Secom)
A Fazenda Palo Verde é uma das que tem investido em novas tecnologias e técnicas de produção para aprimorar o peixe acreano (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Com 82 hectares de lamina d’água, a fazenda Palo Verde, em Xapuri, é uma das principais fornecedoras do pescado que hoje está sendo enviado para o grupo Pão de Açucar. Acrinaldo Pontes, proprietário do empreendimento, tem levado a piscicultura tão a sério, que investiu pesado em tecnologia e buscou novas técnicas de produção.

“Aqui a gente está conseguindo uma média de 10 toneladas de peixe por hectare. São técnicas novas, mas a o aprendizado sobre o peixe vem da produção no dia a dia”, conta Acrinaldo. Hoje sua produção extrapola os 100 mil pintados e 10 mil pirarucus, empregando sete pessoas na fazenda.

Entre as tecnologias empregadas pelo produtor estão a utilização de um caminhão com guindaste e uma cesta eletrônica para retirar o pescado direto do açude, com capacidade de peso para quatro toneladas, embora nunca a utilize na totalidade, para os peixes das camadas de baixo não correrem o risco de serem esmagados. E vai além dos equipamentos, já que mesmo sendo uma propriedade tão grande, quase todos os açudes são abastecidos pelo igarapé vizinho por gravidade, não por bombas, tudo isso devido a uma construção que utilizou serviço topográfico.

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Acrinaldo recebeu um comunicado do próprio grupo Pão de Açucar lhe dizendo que todo o peixe enviado foi aproveitado e que a qualidade do pintado acreano era gigantesca.

“Foi por causa disso que eles aumentaram a meta de pedidos. A partir de agora é uma adaptação do mercado já que estamos lidando com clientes muito exigentes. E a ração produzida aqui tem feito toda a diferença. O nosso peixe está ganhando uma qualidade absurda”, explica.

O produtor já está na terceira entrega de peixes para o Pão de Açúcar. Só em 2015 sua produção foi de 600 toneladas e para o ano que vem a expectativa é dobrar.  E toda a área de açudes hoje já foi pastagem de gado. Com o avanço dos negócios, Acrinaldo planeja em breve focar apenas nos peixes.

“Tudo isso também é fruto da ideia de empreendedorismo do governador Tião Viana para o Estado. Ter um governante que acredita e investe nas cadeias produtivas do agronegócio faz uma grande diferença”, ressalta.

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