No período de 28 a 30 de maio de 2012, o governo do Estado realizou o levantamento das Unidades Habitacionais e do número de famílias que residem nas Terras Indígenas (TIs) Colônia 27, em Tarauacá, e na TI Campinas/Katukina, em Cruzeiro do Sul. Os dois territórios foram selecionados para participar da primeira fase do projeto de Habitação Indígena, da Secretaria de Habitação de Interesse Social (Sehab).
A TI Colônia 27 está localizada a 6 km do centro urbano de Tarauacá e a TI Campinas/Katukina, distante 55 km de Cruzeiro do Sul, tem seu território cortado pela BR-364 em 18 km.
“As terras indígenas foram escolhidas nessa primeira etapa por serem consideradas as mais impactadas em função da construção e asfaltamento da BR-364”, explicou Anderson Amaro, engenheiro e arquiteto da Sehab.
No levantamento foram identificadas e cadastradas 186 famílias, totalizando 933 pessoas distribuídas nas seguintes aldeias: Pinuya, Kamanawa, Wainawa, Varinawa, Samaúma, Masheya e Bananeira.
Depois de finalizado o cadastramento das famílias que serão atendidas pelo projeto, a equipe do Governo do Estado conseguiu aprovação do Governo Federal. E depois de 15 dias retornou às aldeias para apresentar os projetos arquitetônicos, com os modelos das casas, e os próprios indígenas escolheram o mais adequado para sua comunidade.
“Ficamos surpresos quando vi que o pessoal do governo tinha voltado tão rápido com a resposta da aprovação do projeto. É um sonho muito antigo que está se realizando na vida de todo nosso povo”, disse Railda Piry, Katukina.
No encontro dos dias 20 e 21 de junho além da escolha dos modelos das casas a equipe da Sehab apresentou o valor que será investido por unidade habitacional, que é de 25 mil reais. Essa quantia cobre apenas a compra dos materiais de construção e a mão de obra será realizada em forma de mutirão pela própria comunidade indígena.
O secretário estadual de Habitação Social, Aurélio Cruz, acompanhou os encontros e falou sobre o esforço da equipe da Sehab em agilizar as ações nas terras citadas.
“Até aqui cumprimos todas as nossas metas dentro do prazo, ou seja, nos comprometemos a elaborar em duas semanas três propostas de projeto para as casas, respeitando a tradição e a cultura dos povos indígenas, bem como as orientações do Programa Nacional de Habitação Rural. Apresentamos os projetos para a comunidade escolher o modelo que mais se adapta à realidade local. Agora vem a contrapartida, como o recurso destinado a construção das casas é limitado, toda a comunidade terá que ajudar com a mão de obra, com acompanhamento, claro, de um engenheiro civil e um mestre de obras.”
A proposta de construção em forma de mutirão foi bem aceita pelas duas terras indígenas beneficiadas.
“A garantia do nosso trabalho é de 100% sem nenhum problema, temos consciência que, se a casa é nossa, estaremos à disposição e empenhados para dar nossa contrapartida. Não é porque somos índios que não temos direito a uma moradia moderna e confortável. Toda essa modernidade ajuda a nos prevenir de doenças e nos proporciona uma vida melhor”, afirmou, Assis Kaxinawá, líder da Terra Indígena Colônia 27.
A Sehab irá apresentar o modelo da casa selecionada pela comunidade indígena para a Caixa Econômica Federal, agente financeira do programa PNHR, para então anunciar o início das obras. De acordo com o secretário de Habitação Social, Aurélio Cruz, a previsão para o início dos trabalhos é para o mês de agosto.