O modelo de gestão integrada, que promove o diálogo constante entre a sociedade civil organizada e o governo para a definição, correção e construção das políticas públicas, é apontado como o grande motivo para o Estado do Acre, na Região Norte, ser considerado o reduto das melhores práticas ambientais do país.
Esses e outros aspectos nortearam o painel “A Inovação e Conservação das Ideias de Desenvolvimento Sustentável”, realizado nesta quarta-feira, 20, durante o seminário “Faça do Acre a sua Floresta”, no Espaço Tom Jobim, no Jardim Botânico.
Sob a moderação de Rubens Gomes, do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), o painel contou com a participação de Vera Olinda, da Comissão Pró-Índio, de Miguel Scarcello, da ONG SOS Amazônia, de Mauro Armelim, do Programa Amazônia – WWF Brasil, de Lorena San Román, da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento (GIZ), e de Stephan Schwartzman, do Environmental Defesense Found (EDF).
Os debatedores apontaram as conquistas para a conservação dos ecossistemas locais, desde a introdução do conceito instituído por Chico Mendes, de que é possível ter desenvolvimento sem desmatar, e discutiram os próximos desafios que o Acre terá de enfrentar a fim de consolidar as políticas públicas para o desenvolvimento sustentável e a aplicabilidade da economia verde.
“O histórico vivenciado pelo Acre demonstra que ele é o espaço propício para a busca e o desenvolvimento da inovação para a conservação ambiental. As entidades da sociedade civil organizada têm o privilégio de manter o diálogo aberto com o governo, questionando, debatendo e sugerindo iniciativas que permitam atrelar o benefício social, melhoria da qualidade de vida do povo e conservação dos ecossistemas”, destacou Miguel Scarcello, da ONG SOS Amazônia.
Vera Olinda, da Comissão Pró-Índio, destaca como peça-chave para essa interação a parceria com independência entre a sociedade civil e o poder público, além da construção das políticas públicas de Estado levando em conta aspectos sociais, culturais e ambientais.
Para Lorena San Román, do movimento de Cooperação Alemã para o Desenvolvimento (GIZ), os próximos passos pedem a criação de uma estratégia de capacitação prática do povo acreano e o fomento para o turismo sustentável, enaltecendo o artesanato local e as indústrias moveleiras.
“O desafio é lançar um novo olhar para a biodiversidade. É possível enxergar na floresta o potencial gerador de riqueza, com conservação e qualidade de vida”, defendeu o moderador Rubens Gomes, do GTA.