Abertura e recuperação de ramais, atendimento médico mensal, início do ano letivo para as crianças do 5º ao 9º ano do ensino fundamental, transporte regular, recursos para compras de equipamentos agrícolas, criação de planos de manejo florestal e tanques para piscicultores. Tudo isso já é uma realidade na Floresta Estadual do Antimary (FEA).
Por anos vivendo em situação de precariedade e isolamento, os moradores do Antimary agora têm motivos para comemorar. Depois que Edvaldo Magalhães, da Secretaria de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens), assumiu a gestão das florestas públicas do Estado, mudanças concretas aconteceram na vida desses moradores.
|
Leia mais Protocolo prevê criação de Centros Comunitários para comunidades isoladas |
Durante a primeira reunião realizada no dia 11 de maio deste ano, várias reivindicações foram apresentadas pela comunidade. Como a questão de acesso à saúde, educação, melhorias de ramal, documentação da terra e manejo florestal. Desse encontro participaram representantes da Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) e do Instituto de Terras do Acre (Iteracre), o prefeito de Bujari, João Edvaldo Teles, o Padeiro, e de representantes das Associações da FEA
Em menos de 40 dias dessa primeira reunião Edvaldo Magalhães retornou à comunidade, acompanhado por técnicos do governo e do prefeito de Bujari para anunciar as primeiras conquistas para as 55 famílias que ali vivem. Dessa vez, os moradores ouviram a solução para muitos problemas apresentados por eles.
Notícia boa para todos, mas principalmente para Marivaldo Rodrigues, que mora na comunidade há 23 anos e há quatro está à frente da Associação Verdes Florestas do Igarapé Sossego (AVEFIS). “Esse é o melhor momento que estamos vivendo. Todos os nossos projetos estão sendo bem encaminhados e outros já foram concluídos, graças a Deus”, declarou.
O que já está funcionando na Floresta Estadual do Antimary
Através de uma parceria entre a prefeitura de Bujari e a Sedens, estão sendo recuperados e abertos 51 quilômetros de ramais. Um caminhão e uma camionete garantem o escoamento da produção, além do transporte de moradores e alunos.
Uma enfermeira, que também é moradora local, está atuando diretamente em toda a comunidade. Já ficou acertado com os permissionários da FEA que mensalmente uma equipe de profissionais de saúde estará atendendo-os. O primeiro atendimento está marcado para o dia 14 do próximo mês.
 |
Moradores a assinatura de convênio para a compra de equipamentos agrícolas e a promessa de melhoramento no campo de futebol da comunidade (Foto: Assessoria Sedens)
|
A Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE) já enviou uma professora para o local e, em contrapartida, a Sedens cedeu uma sala do acampamento devidamente mobiliada. As aulas começaram esta semana.
Para a agricultura familiar foi assinado durante a reunião, na manhã de segunda-feira, 18, um convênio com a AVEFIS, na ordem de R$ 88 mil, para a compra de equipamentos agrícolas.
Os moradores também estão entusiasmados com a possibilidade de produzir peixes. A partir da próxima semana, técnicos da Seaprof estarão na comunidade para fazer os diagnósticos das áreas onde serão feitos os tanques.
Outro anseio dos moradores do Antimary era quanto ao melhoramento do campo de futebol, usado pelos jovens da comunidade para a prática de esportes, um espaço que atualmente está servindo de pastos para os animais. O local foi visitado pelo secretário Edvaldo Magalhães, que, sensibilizado pela carência de espaços de lazer na comunidade, garantiu o melhoramento do campo e doou para as associações nove kits completos de futebol.
O material foi entregue simbolicamente ao jovem Raimundo Nonato, o “Pelé”. “Estou muito feliz porque nossas demandas estão sendo atendidas. O secretário Edvaldo esteve aqui em maio, e em pouco mais de um mês já estamos vendo nossa vida melhorar. Quanto aos jogos de camisas e as bolas, vamos ter que organizar um torneio para comemorar”, sorriu.
Quem também estava muito animado com as conquistas do Antimary era o extrativista José Lira, primeiro porque conseguiu, com a ajuda do Crédito Instalação do Incra e o apoio da Sedens, construir uma casa nova. O segundo motivo é o valor de aproximadamente R$ 800 correspondente à safra de concessão não-onerosa de 2011, que ele e todos os moradores do Antimary recebem mensalmente.
União dos poderes
Quem há alguns meses visitou o Antimary e passar por lá agora vai se surpreender com as mudanças positivas e céleres que a comunidade tem recebido. A começar com a situação do ramal: no meio do caminho, tratores enlarguecem a estrada e melhoram a única via de acesso dos moradores.
Se olhar para as residências, praticamente escondidas no meio da floresta, percebe-se que bem ao lado há uma casinha velha, quase desmoronando. Isso porque, com o crédito instalação do Incra, no valor de R$ 18 mil, os moradores puderam construir novas casas.
No local aonde o Programa Luz Para Todos ainda não chegou, as placas solares, adquiridas pelo governo, garantem energia limpa para as famílias.
São as melhorias chegando para os moradores do Antimary, através da ação conjunta do poder público, que tem agido diretamente na vida desses moradores. “Eu estou muito feliz em poder discutir com vocês os problemas e procurar as soluções. Vamos procurar manter essa aproximação sempre, e em breve estaremos novamente com todos vocês e a presença do governador, para entregarmos os equipamentos agrícolas”, garantiu Edvaldo Magalhães aos mais de 50 permissionários do Antimary que compareceram à reunião.
Galeria de imagens
