Essa iniciativa não só reforça a escolha pelo desenvolvimento sustentável feita pelo Estado, como também agrega valor ao produto e beneficia as famílias produtoras. “A vocação do Acre é florestal. Temos que aproveitar o melhor que a floresta nos oferece causando impactos ambientais mínimos”, afirmou o presidente da Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac), Luís Augusto Mesquita, durante palestra na conferência Rio+20.
A fábrica do preservativo produz cem milhões de camisinhas por ano e está se preparando para dobrar a produção. O produto fabricado é vendido ao Ministério da Saúde, que o distribui nos Estados das regiões Norte e Centro-Oeste. Essa indústria gera renda para mais de 700 famílias seringueiras e emprega 174 colaboradores. “Mais de 95% dos empregados residem no município de Xapuri, onde a fábrica está localizada. Isso demonstra que não trouxemos mão-de-obra de fora da região para trabalhar na produção dos preservativos”, disse Mesquita.
Atualmente, os seringueiros recebem do governo do Acre R$ 7,80 por quilo da borracha – preço acima do mercado devido ao subsídio oferecido pelo tratamento sustentável do Natex. “É uma forma de valorizar o produto e de reconhecer o produtor”, explicou o presidente da Funtac. As famílias seringueiras recebem, em média, R$ 1.300 nos meses em que há produção da matéria-prima.
Agora, o governo do Acre está pesquisando novas formas de produção de lubrificantes e gel retardante que respeitem o meio ambiente, para adicionar ao preservativo. “Além de trazer beneficio econômico à população de Xapuri, conseguimos criar um produto de qualidade”, disse Mesquita. O preservativo produzido pela Natex tem certificados do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Exemplos como esse, somados aos indicadores positivos conquistados nos últimos anos, colocam o Acre numa posição de destaque na política ambiental brasileira.