Marceneiros acreanos conhecem experiências tecnológicas na Itália

Sobre a atuação do governo no setor Domingos Sávio, presidente de uma cooperativa em Rio Branco, diz: "Há uma política bem definida. Todos estão incluídos" (Foto: Divulgação)

Sobre a atuação do governo no setor, Domingos Sávio, presidente de uma cooperativa em Rio Branco, diz: “Há uma política bem definida. Todos estão incluídos” (Foto: Divulgação)

“Preciso ser cutucado para acreditar no que está acontecendo. A gente era muito esquecido. Antes, era difícil para um marceneiro viajar até Porto Velho. Hoje estamos na Itália, conhecendo experiências maravilhosas.” A frase é do marceneiro Marcos Júnior, que trabalha no segmento há 14 dos seus 39 anos de idade.

Nascido e criado em Feijó, Marcos Júnior faz parte do grupo de 11 marceneiros que foram visitar a indústria do setor moveleiro na região de Como, nos arredores de Milão, na última segunda-feira, 16.

Para Nepomuceno (cima) e Marcos Júnior oportunidade de conhecer a experiência italiana é fundamental (Foto: Divulgação)
Para Nepomuceno (cima) e Marcos Júnior oportunidade de conhecer a experiência italiana é fundamental (Foto: Divulgação)

Para Nepomuceno (acima) e Marcos Júnior, oportunidade de conhecer a experiência italiana é fundamental (Foto: Divulgação)

Todos são profissionais com anos de experiências e se sentem animados com a atenção que vem sendo dada ao setor pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens).

São trabalhadores como Hélio Pedroza, que tem 59 anos de idade e 46 trabalhando em Cruzeiro do Sul. “O setor moveleiro sempre buscou o melhor. O governo tem demonstrado interesse em desenvolver o Estado. Vamos trabalhar para chegar a esse objetivo”, disse.

Os marceneiros são membros de sindicato e cooperativas de moveleiros que trabalham em todas as regiões do Acre. São de grande, médio e pequeno portes. Um deles é Domingos Sávio, presidente de uma cooperativa com 30 profissionais em Rio Branco.

Sávio disse estar muito animado porque, segundo ele, as coisas estão sendo faladas e cumpridas. “Há uma política bem definida. Todos estão incluídos. Ninguém foi deixado para trás. Não há exclusão.”

Proprietário de uma empresa que gera 32 empregos, Augusto Nepomuceno reconhece que fazia parte de um setor bastante mal visto e isso, disse, mexia com a autoestima dos trabalhadores.

Presidente do Sindicato dos Moveleiros, Nepomuceno afirmou que atualmente senta todo mundo na mesma mesa porque o Estado mudou a forma de tratamento a partir das regras estabelecidas para as compras governamentais.

“Aqui na Itália eles têm equipamentos de última geração. O que levamos três dias para fazer, eles fazem em uma hora. São experiências como essas que precisávamos conhecer”, disse.

Segundo o secretário Edvaldo Magalhães, o Acre atualmente conta com 460 marcenarias devidamente cadastradas. O governo pretende apoiar o segmento da economia, a fim de gerar oportunidades de emprego e renda sustentáveis.

1º Encontro dos Marceneiros do Acre (foto acima) foi em Rio Branco, o 2º deve ser em Cruzeiro do Sul (Sérgio Vale/Secom)

1º Encontro dos Marceneiros do Acre (foto acima) foi em Rio Branco, o 2º deve ser em Cruzeiro do Sul (Sérgio Vale/Secom)

 

 

Os marceneiros, membros de sindicato e cooperativas de moveleiros que trabalham em todas as regiões do Acre, se animam com possibilidades de outras melhorias no setor
Os marceneiros, membros de sindicato e cooperativas de moveleiros que trabalham em todas as regiões do Acre, se animam com possibilidades de outras melhorias no setor

Os marceneiros, membros de sindicato e cooperativas de moveleiros que trabalham em todas as regiões do Acre, se animam com possibilidades de outras melhorias no setor

Essas possibilidades de melhora animam empresários como George Dobré, que visitou empresas italianas em 2004, numa delegação da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).

Dobré considera que há semelhança na forma estrutural das empresas italianas com as do Acre, no tocante ao tamanho e à forma de organização a partir do núcleo familiar. “Lá as empresas trabalham em conjunto, com cada uma se especializando em determinado segmento. Todas são seguradas por empresas-âncoras. Obviamente vai demorar para acontecer o mesmo no Brasil, mas vamos ter que começar o processo de uma geração.”

Encontro histórico dos profissionais

Essa boa relação do governo como os profissionais é resultado do I Encontro dos Marceneiros do Acre, realizado em abril do ano passado, em Rio Branco.

Naquele evento, foram reunidos 400 marceneiros e o governador Tião Viana assumiu o compromisso de encaminhar projeto de lei para a Assembleia Legislativa mudando as regras para as compras governamentais de cadeiras escolares.


Leia também

Tião Viana apresenta potencial econômico do Acre ao vice-presidente da Lombardia

Primera-dama ministra aula na Escola de Design de Milão

Jovens marceneiros do Acre farão curso oferecido pela Escola de Design de Milão


Um ano após o encontro, os profissionais foram a Milão conhecer experiências, numa articulação do governo do Estado com a Federação das Indústrias do Acre.

Para analisar os resultados obtidos e construir novos caminhos, o secretário Edvaldo Magalhães informou que está sendo articulado um segundo encontro. “Dessa vez será em Cruzeiro do Sul”, adiantou. 

Movimentos para o fortalecimento do setor

Animado com a viagem a Milão, o secretário Edvaldo Magalhães adiantou que o governo pretende fazer vários movimentos para o fortalecimento do setor moveleiro.

“O primeiro é o de buscar compradores para produtos madeireiros e nao-madeireiros. Para isso, precisamos conhecer o estágio de valor agregado incorporado nos produtos acreanos”, explicou.

Os marceneiros, membros de sindicato e cooperativas de moveleiros que trabalham em todas as regiões do Acre, se animam com possibilidades de outras melhorias no setor

Os marceneiros, membros de sindicato e cooperativas de moveleiros que trabalham em todas as regiões do Acre, se animam com possibilidades de outras melhorias no setor

Outra possibilidade é a transferência de conhecimento produtivo acumulado de empreendedores italianos, em duas direções. A primeira é a de estimular a transferência de pequenos empresários italianos para as regiões do Acre num espaço curso de tempo, aproveitando a crise vivenciada na economia europeia, em particular a italiana.

“Soma-se, ainda, uma situação social constituída de uma massa considerável de artesãos que poderão abandonar a produção moveleira devido ao problema de continuidade familiar e custo da mao-de-obra.”

Um passo seguinte, segundo Magalhães, é o de abrir janelas na formação de mão-de-obra dos futuros empreendedores acreanos nas empresas da Itália, que passam por sérias dificuldades de continuar tocando seus negócios devido à carência de mão-de-obra familiar ou da disponibilidade de artesãos que possam dar continuidade ao trabalho interno das empresas.

Edvaldo Magalhães vê na atual crise da economia europeia uma opoturnidade para que haja maior interesse de industrias italianas no setor moveleiro do Acre (Foto: Divulgação)

Edvaldo Magalhães vê na atual crise da economia europeia uma opoturnidade para que haja maior interesse de indústrias italianas no setor moveleiro do Acre (Foto: Divulgação)

 

Nessa situação encontra-se um espaço interessante de pequenos empreendedores que podem transferir conhecimento e continuar trabalhando dentro das empresas na Italia, ao mesmo tempo estendendo um braço das suas empresas para o Acre.

“Outra ação possível de ser implementada refere-se à atuação de um grupo de arquitetos de Como, que podem contribuir na formação de uma cultura arquitetônica amazônica combinada com o acúmulo secular da arquitetura da Brianza.”

{xtypo_rounded2}

Marceneiros com a palavra 

 “O nosso ramo era muito mal visto. Isso colocava a nossa autoestima em baixa. A situação agora é diferente porque o Estado mudou a forma de nos tratar a partir das compras governamentais.” – Augusto Nepomuceno, presidente do Sindicato dos Moveleiros do Acre.

“Vivemos um momento novo. Se não fossem o governo e a Federação das Indústrias, a gente não estaria aqui. Há um novo olhar e mais esclarecimento para o nosso setor.” – Assis Francisco de Araújo.

“Estou animado porque a gente está falando e as coisas estão acontecendo de acordo com o esperado. Tudo que foi acordado foi cumprido. Temos uma política bem definida e que está incluindo todos os marceneiros.” – Domingos Sávio, presidente da Cooperativa de Marceneiros de Rio Branco.{/xtypo_rounded2}

Galeria de imagens

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter