Nesta segunda-feira, 21, é lembrado o Dia Nacional da Pessoa Portadora de Deficiência. No Brasil, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número estimado de pessoas com algum tipo de deficiência é de 45,6 milhões, o que representa 23,9% da população. Entre as causas mais frequentes estão acidentes, doenças incapacitantes, doenças mentais, cegueira, audição, paralisia cerebral, epilepsia e doenças cardiovasculares.
Esse dia representa a possibilidade de reflexão de alguns setores da sociedade com relação ao tema, objetivando formular, desenvolver e acompanhar a implementação dos instrumentos para as políticas voltadas às pessoas com deficiência.
Pessoas com deficiência são as que têm impedimentos em longo prazo de natureza física, intelectual (mental) ou sensorial (visão e audição), os quais em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais.
Superando os limites
O médico Jefferson Zotelli, 40, sofreu trauma raquimedular em 2010 (lesão na medula espinhal que provoca alterações temporárias ou permanentes na função motora, sensibilidade ou função autonômica) decorrente de mergulho em água rasa, que o sujeitou a se locomover em cadeira de rodas quando finalizava o sexto ano de medicina na Universidade de São Paulo (USP).
Não obstante aos limites, ele seguiu em frente e concluiu o curso e, logo após, especialização na área de Psiquiatria pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), na qual prestou serviço voluntário por seis meses. Ele justifica a escolha dizendo que acha mais importante mudar vidas e atuar como agente multiplicador do que qualquer outra coisa.
Zotelli chegou ao Acre em 2008 e, desde então, desempenha suas atividades laborais nas unidades hospitalares do Estado. Além disso, ainda atua como perito na Justiça do Trabalho e mantém consultório particular.
Para o exercício dessas atividades, Zotelli necessita da ajuda de outras pessoas, fato que não o desanima a continuar. “Recusei focar minha vida às restrições impostas pela deficiência, sem perspectivas, sem lutar, dando lugar à inércia e à autocomiseração. Os obstáculos aparecem para serem superados”, ressaltou o médico.