Despertar o sentimento de responsabilidade pelo outro e promover a interação por meio dos sentidos, de forma a valorizar a pessoa humana, foi a proposta da humanização durante as atividades de capacitação para 42 socioeducadores do Instituto Socioeducativo (ISE), na última quarta-feira.
Para desenvolver a atividade, a equipe de sensibilização da humanização, composta pelas servidoras e artistas Isabel Carvalho e Vanessa Oliveira, visitou as unidades de reeducação do ISE para conhecer a rotina e o trabalho realizados por esses profissionais. De acordo com elas, é essencial que a sensibilização não seja distante da realidade dos participantes, para que o resultado seja alcançado.
“O intuito é despertar o sentimento na execução do trabalho, de forma que cada um enxergue seu companheiro de trabalho com mais sensibilidade, humanidade e respeito.
Durante essa intervenção, vamos trabalhar os direitos humanos por meio da humanização, vamos propor atividades teatrais e dinâmicas que trabalhem interação, a comunicação, o contato e a sensibilização por meio dos sentidos. O intuito é promover a compreensão de que para o trabalho fluir é necessário respeitar o tempo do outro, ouvir mais, esperar, acompanhar, enxergar o outro com valoração”, aponta Isabel Carvalho.
As atividades foram divididas em dois blocos. No primeiro, o grupo participou de dinâmicas e jogos com foco no despertar dos sentimentos como respeito, cuidado, confiança, atenção e disponibilidade. Já no segundo bloco os participantes foram separados em três grupos, no qual cada um receberia um tema a ser debatido, e esses seriam subdivididos entre os que seriam a favor e outros contra a temática.
O princípio do debate é o trabalho com as diferenças, em que todos devem ser ouvidos e respeitados de acordo com suas opiniões. A atividade finaliza com a explanação dos grupos a respeito dos temas tratados. É o que a diretora de humanização, Elineide Medeiros, também defende ao falar da integração das ações e a importância da humanização na fase de capacitação dos socioeducadores.
“Uma das principais preocupações do Estado tem que ser a garantia das condições de reabilitação e reinserção na sociedade desses adolescentes que já passaram por situações limite. Então, garantir um tratamento digno nesse período é fundamental. E isso só vai ser possível se as pessoas que lidam no dia-a-dia com os reeducandos tiverem preparados para essa responsabilidade”, destacou a diretora.
Elineide acrescentou: “Esse momento de sensibilização proporcionado pela oficina de humanização aos novos agentes socioeducativos, depois de duas semanas de intensa capacitação em diretos, deveres, códigos de conduta, é um momento fundamental para repensarmos nossa ética, nossos valores, para colocarmos o coração nessa relação”.